segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Coronavirus e outras ependemias

 

Século XIV, época da Idade Média, período de 100 anos marcado por um acontecimento de imensa proporção: surge uma hecatombe, a devastadora peste bubônica, que ficou mais conhecida como peste negra (devido as manchas negras na pele), uma pandemia que se deflagrou na Europa.  A origem da peste seria asiática, e sua instalação no continente europeu, ocorreu por meio de caravanas comerciais. A moléstia, teve como origem um tipo de bactéria, com seus agentes transmissores, as pulgas dos ratos. A pandemia gradativamente diminuiu seus surtos, com higienização e vigilância sanitária. Até hoje não há vacina, mas antibióticos eliminam a bactéria. A pandemia foi imensamente trágica e de efeitos demográficos superlativos: a população mundial de 450 milhões indivíduos ficou reduzida para 350 milhões de sobreviventes.

Gripe Espanhola ficou conhecida como “o maior holocausto médico da história” foi causada por um vírus influenza de força mortal ao início do século XX. A pandemia deve ter levado a óbito, acredita-se, entre 40 a 50 milhões de pessoas e, mais de um quarto da população mundial foi infectada. Os sintomas da doença muito parecidos com os da Covid-19.

Varíola é doença de milhares de anos desde os tempos dos faraós. O vírus era transmitido de pessoa para pessoa por meio das vias respiratórias, apresentando diversas erupções no rosto, garganta e pescoço. A varíola foi erradicada após uma vacinação em massa.

Cólera, no século XIX pandemia que matou milhares de pessoas. A bactéria sofreu mutações e por isso causam de tempos em tempos surtos, principalmente no continente africano. Sua contaminação acontece a partir de consumo de água ou alimentos contaminados. No Iêmen, país árabe, ano passado, a cólera matou 40 mil iemenitas.

Gripe suína (H1N1) foi a moléstia que causou a primeira pandemia no século XXI. O vírus surgiu no México em 2009, transmitida por suínos espalhando-se mundo afora, matando milhares de pessoas

Tifo, mais uma doença infectocontagiosa conhecida desde o século XV, mas começou a afligir a população de fato em surtos no começo do século passado, depois da primeira guerra mundial, alcançando grande parte da população, principalmente crianças em torno de cinco anos de idade. Aproximadamente três milhões de pessoas em cinco anos, sucumbiram diante da pandemia. O mal é transmitido através de piolhos contaminados, hoje com vacinação está extinguido.

Tuberculose, teve períodos de surtos num período de 100 anos  (1850/1950), doença causada por uma bactéria, o bacilo de Koch, calculando-se que naquele período (100 anos) houve um total 1 bilhão de óbitos, hoje controlada com antibióticos.

Gripe asiática entre 1956/1958, foi causada por uma mutação do vírus da gripe, chamado H2N2, transmitida ao ser humano por meio de aves. Originária da Ásia e por isso chamada de gripe asiática. Cerca de dois milhões de pessoas morreram em consequência.

Gripe de Hong Kong, gripe do subtipo H3N2, surgiu na China, passou por Hong Kong, entre 1968/1969, dois a três milhões de pessoas morreram.

O ebola, outro mal disseminado por contágio, causou pandemia com altas taxas de letalidade, capaz de levar o indivíduo a óbito. O vírus é do continente africano.

 

sexta-feira, 17 de julho de 2020

DILÚVIO: NOÉ E SUA ARCA

Chuva é um fenômeno comum no meio ambiente. Cientificamente a chuva é a precipitação de água, em forma de gotas, como afirmam os meteorologistas: “proveniente da condensação do vapor de água existente na atmosfera”. Ela geralmente está em estado líquido, embora às vezes surja em estado sólido (chuva de granizo). Quando as chuvas em gotas são bem menores, até incomodativas, trata-se de um fenômeno denominado garoa. Há chuvas amenas, oferecendo fertilidade e fecundidade, condição sine qua non para desencadear a vida. Chuva fértil e fecunda, excelente para a natureza, para o cultivo de plantações, irrigação do solo, enfim, em todos os sentidos propícios à vida humana. Tem gente que não gosta de chuva, não a suporta, mas ela é prioritária para o planeta até para quem dela não goste. Tem gente que tem temor as chuvaradas, e não é para menos, compreende-se: chuvas fortes, temporais, que em muitas ocasiões transformam-se em violenta agitação atmosférica, acompanhada de granizo, ventania, relâmpago, trovão, fenômenos que formam uma mistura, conjunto denominado por tempestades, verdadeiros cataclismas, intempéries que provocam inundações, desmoronamento de morros, desabrigo aos ribeirinhos, rios transbordando e por aí afora, série de transtornos às populações. Tempestade, toró, tromba d´agua, seja o que for em termos de tormenta, tudo que provoca danos, como os que se observaram, na natureza nesses últimos dias. Católicos, com toda fé, queimaram ramos distribuídos no Domingo de Ramos e/ou rezaram para Santa Bárbara. Os índices pluviométricos ultrapassaram 250 mm. Muita chuva. O mundo vai acabar? É o dilúvio? Seria viável se o povo desesperado implorasse a presença de Noé e sua arca salvadora. O povo, com água quase no pescoço, prestes a morrer afogado, com esperança aguardava a salvação por Noé, homem virtuoso, salvo por Deus que o embarcou junto com a família, na arca. Os terráqueos impacientes, esperando por Noé. Repentinamente envolvido pelas nuvens, no horizonte surgiu, sem máscara, mostrando-se imune ao vírus, afinal era ele o porta-voz de Deus – também imune -, informou a todos que não havia lugar para o pecador, o desobediente a vontade de Deus, o impuro, a raça humana contaminada pelo demônio, e, portanto, sem direito à salvação, morreriam todos afogados em meio ao dilúvio. Porém, para dar continuidade à vida animal, determinou que casais de toda a espécie de bicho embarcasse na arca, com uma ressalva: não foi permitido o embarque, de pulgas, morcegos e ratos, para que não houvesse contaminação.

                                                    *** ***

A quem interessar possa: Canal Bis, dia desses, reapresentação do sensacional show da banda de Paulo Simon, da dupla de Simon/Gafunkel, no Hyde Park, no centro de Londres.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Brasileira Natalia Borges Polesso no jornal inglês The Observert

O jornal inglês The Observer escolheu seis escritores ao redor do mundo para relatar a experiência do isolamento social e a vida na pandemia. A revista Carta Capital publicou o texto londrino com a seguinte manchete: “Planeta Vírus”. Participaram os escritores Tayari Jones (Estados Unidos), Maxim Leo (Alemanha), Emily Perkins (Nova Zelândia), Domenico Starnone, (Itália) Sjón (Islândia), e a escritora brasileira, natural de Bento Gonçalves, Natalia Borges Polesso                                                                              

Passageiros da Agonia: embarcados no coronavírus

Vida sofrida, existência dolorida, vivência lastimável. Não deveria ser assim, mas uma infinita parte da humanidade, comunidades vulneráveis, sobrevivem em derradeira indigência. Na passagem pela vida milhões de seres humanos são verdadeiros passageiros da agonia. Resignados, não tem direito a qualquer coisa, algo que possa oferecer uma breve satisfação, um pequeno limite de contentamento, um exíguo momento de felicidade. Acreditam ainda numa pequena parcela de esperança, no âmago de cada um, o diminuto sentimento de coisa melhor. Buscam estoicamente uma saída onde somente encontraram a entrada da penúria, da deplorável mendicidade. Desiludidos e desconsolados, não têm mais a expectativa de dias melhores. Enfrentam periculosidades, expõem-se as ameaças de agressões, correm riscos quanto a integridade física. Não há medo do medo. Indigentes da espécie humana e o que lhes sobram para sobreviverem é a compaixão e a piedade, queiram ou não, de seus outros irmãos em situação mais confortável.

Miséria, pobreza extrema em que as vítimas são cadáveres da desigualdade social, a abismal distância existente entre as classes sociais, párias, excluídos do convívio social, à margem da sociedade. Pelo mundo, por todo planeta Terra é assim: famintos na África, famélicos na Índia, na periferia das cidades brasileiras, nas recônditas regiões do país, em muitos lugares, gente que morre de fome, desumanidade em forma de atrocidade, crueldade, barbaridade, selvageria, enfim, qualquer adjetivo que classifique a malevolência.

Para quem tem condições de alimentar-se, a produção de alimentos pode abastecer a população mundial, porém essa situação caracterizada pelo bem-estar pode ser discutida pela aguda insegurança alimentar: no mundo a cada quatro segundos uma pessoa morre de fome. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alerta: 1,4 milhão de crianças correm o risco de morrer com “o surto da fome”, em países africanos e, que padecem muito mais pela desnutrição, que pela doença proporcionada pelo coronavírus.

No Brasil, no último boletim, dado disponível do Ministério da Saúde (2017), uma média de mais de 15 pessoas morreram por dia, 6 mil em todo ano pela desnutrição. O grande alerta da ONU é de que o catastrófica pandemia poderá colocar quase 270 milhões de pessoas no mundo, por falta de alimentos no severo roteiro da fome. Covid-19 não tem parâmetros para a escolha de suas vítimas: idosos, jovens, crianças, bebês de até dois anos de idade.  O Brasil já ultrapassou 60.000 mortes. Somente, entre quarta e quinta-feira, ou seja em 24 horas, foram quase 1.300 vítimas fatais. No R.G. Sul até quarta-feira notificação de 636 óbitos, 22 em 24 horas e quase 1.300 casos. Necessário lembrar que Minas Gerais e Paraná, tinham baixos índices de óbitos, repentinamente surge um surto da doença, quando tudo parecia normalizado. Outrossim, segundo cientistas o Covid-19, terá sua maior ascendência no RS neste mês de julho. Cuidado: muitos sobrevivem, passageiros da agonia

                                                *** ***

Para reflexão; entre a cruz e a espada, dilema: certamente, em determinado momento, a economia irá se recuperar. A mesma oportunidade de recuperação não existirá para a vida que foi ceifada pelo coronavírus.

 

 

 

 

  


Corunavirus: começo zona sul

Os primeiros casos de contaminação no Rio de Janeiro aconteceram em meados do mês de março, na zonal sul da cidade carioca. Casos de fácil explicação, isso porque nos bairros de Ipanema, Leblon, Arpoador e Copacabana, a maioria que por ali reside é abastada, com uma posição financeira e social de prestígio invejável, pessoas consumidoras em lojas de grife e que viajam constantemente pela Europa, mundo afora. Um caso explicito: a madame viajou à Itália, voltou infectada pelo Govid-19, não informando à empregada doméstica que estava com a doença contagiante e assim infectou-a.

Ela, a empregada, como muitos outros trabalhadores, moradores da pequena cidade de Miguel Pereira (RJ), distante aproximadamente 100 quilômetros da capital fluminense, dali saem para prestar serviços na metrópole. A empregada doméstica citada, trabalhando no Leblon, passava a semana no emprego e, nos fins de semana, retornava à sua cidade para visitar a família. Numa dessas idas e vindas o inesperado trágico ocorreu: a patroa retornou, como se sabe, com o seu organismo portador de agentes infecciosos do coronavírus e, o que era óbvio aconteceu: a transmissão da doença ocorreu facilmente no contato direto. Vida que segue. Fim de semana, a doméstica visita parentes e, inapelavelmente, pela sequência funesta e execrável de transmissão do parasita hospedeiro, deixa vítimas e estigmas, na pequena cidade fluminense. Naquela semana sobreveio somente para a doméstica a vinda, a ida jamais: ficou em sua cidade eternamente sepultada.

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Country Club do Rio de Janeiro, a centenária sociedade, situa-se em Ipanema, uma quadra perto da praia. Clube de elite social, sofisticado, ostentoso, frequentado pela grã-finagem, pessoas de condição social elevada. Pertinho da famosa praia de Ipanema, mas para aquela gente requintada pouco importa, afinal quem tem uma sociedade que tudo oferece (quadras de esportes, piscinas, bela área paisagística), não necessita daquela praia frequentada pela aquela menina cheia de graça. Além do mais, aquelas pessoas socialmente de classe elevada, jamais iriam se misturar com aquela massa ignara, a desprezível classe pobre, com ninguém que seja um Zé Ninguém. Festas suntuosas ali realizam-se, jantares com chef francês, casamentos e etcetera. Uma estrutura enorme necessita de dezenas de empregados. Noite dessas um jantar concorrido, todos convidados sem máscaras, sentem-se incólumes ao vírus. Fim de festa, pessoal da limpeza em ação. Uma faxineira, moradora no subúrbio da zona norte, adquiriu o coronavírus e assim infectou parentes e vizinhos.

De outra feita, festa de casamento. Garçons atendendo aos convidados. Um deles em sua função é contaminado por alguém sem máscara. Dessa forma contraí o maligno coronavírus, ser inerte, parasita hospedeiro, dependente de outra células para se reproduzir. O citado garçom serviu para reprodução do vírus, colocando na estatística mais um óbito. Como o corona vírus tem princípios democráticos reconheça-se, atingindo vítimas de qualquer raça, gente pobre, gente rica. Uma grã-fina participante do lauto ágape, foi também vítima fatal da festa. Entre idas e vindas a vida segue, sobreviventes enfrentando a maldita moléstia.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      

terça-feira, 7 de julho de 2020

SOMOS TODOS MASCARADOS

O local é denominado Cais da Alfandega, zona nobre, na capital de Recife, onde está construído um condomínio de três torres, empreendimento de alto padrão, planificado com luxuoso e faustoso projeto arquitetônico, conhecido como torres gêmeas.  Além da beleza, o residencial está adjacente ao mar, com um aprazível panorama do horizonte. O domínio predial, por toda sua estrutura, por sua magnificência e ostentação, com todos os requintes de conforto de quem deseja como moradia, certamente deve ser habitado por gente que faz parte da sociedade endinheirada, local propício para a vida burguesa. Numa daquelas torres, exatamente no nono andar, mora uma família afortunada, que desfruta de todos os bens materiais possíveis. Naquele endereço trabalhava a empregada doméstica de nome Mirtes, ela que em plena pandemia continuava trabalhando. Enquanto isso, a creche onde ficava o menino Miguel (cinco anos), filho de Mirtes, estava inativa. A solução para o imprevisto foi solicitar à patroa que “desse uma olhadinha em Miguel”. A solicitação foi feita, em razão de que Mirtes iria passear com o cachorrinho de raça, na parte externa e térrea do prédio, assim Mirtes cumpria sua obrigação passeadora canina. Miguel ficou aos cuidados da patroa. Repentinamente disse que estava com saudade da mãe, queria encontrá-la, determinado queria ver a mãe. A patroa o atendeu. Um vídeo gravou o drama, a caminhada de Miguel para a morte. Porta do elevador aberta, elevador de serviço (Miguel é um negrinho), a patroa lhe diz alguma coisa, aperta determinado botão, a porta do ascensor fecha-se, assim o menino é catapultado para a desgraça, tragédia consumada. A patroa volta para o apartamento para que a manicure termine seu serviço.  A porta do elevador abre-se e o garoto se enreda por caminho desconhecido, chegando até uma abertura. Por ali pretende encontrar a mãe, não a encontra, encontrou a morte. Cai de uma altura de 35 metros, no chão um corpo estatelado mortalmente. Foi dessa trágica maneira que Mirtes pela última vez viu seu filho. A patroa que deveria proteger Miguel, não o fez. Uma verdadeira mãe jamais teria o descuido com os filhos de outra mãe.

Todo esse funesto fato mostra, dolorosamente, a desigualdade social, as diferentes condições de maternidade envolvendo a mãe rica, a mãe pobre.  Mirtes, a empregada, a mãe, de condições financeiras precárias, como tem que trabalhar, lhe é negado o direito legítimo da maternidade, cuidar e criar dignamente o filho Miguel, é obrigada a terceirizar o filho, por força de seu trabalho cotidiano, de ida e volta, da favela para o trabalho. Entrevistada, Mirtes fala numa dor muito forte no peito. Sente que algo está engasgado em sua garganta, quase sufocando-a, sente a aspereza no ar. Tristeza e angústia, unem-se em profundo sentimento de amargura. Tudo acontece no inesperado e precoce velório de Miguel. Desesperada, afligida e soluçante chora, verte lágrimas, diante do corpo inerte, sem vida, do filho, marcado pelos desígnios da vida. O desígnio de Miguel, foi marcado pela negligência, pelo modo relapso, pela irresponsabilidade daquela patroa.


TRAGICO DESTINO DE MIGUELZINHO

O local é denominado Cais da Alfandega, zona nobre, na capital de Recife, onde está construído um condomínio de três torres, empreendimento de alto padrão, planificado com luxuoso e faustoso projeto arquitetônico, conhecido como torres gêmeas.  Além da beleza, o residencial está adjacente ao mar, com um aprazível panorama do horizonte. O domínio predial, por toda sua estrutura, por sua magnificência e ostentação, com todos os requintes de conforto de quem deseja como moradia, certamente deve ser habitado por gente que faz parte da sociedade endinheirada, local propício para a vida burguesa. Numa daquelas torres, exatamente no nono andar, mora uma família afortunada, que desfruta de todos os bens materiais possíveis. Naquele endereço trabalhava a empregada doméstica de nome Mirtes, ela que em plena pandemia continuava trabalhando. Enquanto isso, a creche onde ficava o menino Miguel (cinco anos), filho de Mirtes, estava inativa. A solução para o imprevisto foi solicitar à patroa que “desse uma olhadinha em Miguel”. A solicitação foi feita, em razão de que Mirtes iria passear com o cachorrinho de raça, na parte externa e térrea do prédio, assim Mirtes cumpria sua obrigação passeadora canina. Miguel ficou aos cuidados da patroa. Repentinamente disse que estava com saudade da mãe, queria encontrá-la, determinado queria ver a mãe. A patroa o atendeu. Um vídeo gravou o drama, a caminhada de Miguel para a morte. Porta do elevador aberta, elevador de serviço (Miguel é um negrinho), a patroa lhe diz alguma coisa, aperta determinado botão, a porta do ascensor fecha-se, assim o menino é catapultado para a desgraça, tragédia consumada. A patroa volta para o apartamento para que a manicure termine seu serviço.  A porta do elevador abre-se e o garoto se enreda por caminho desconhecido, chegando até uma abertura. Por ali pretende encontrar a mãe, não a encontra, encontrou a morte. Cai de uma altura de 35 metros, no chão um corpo estatelado mortalmente. Foi dessa trágica maneira que Mirtes pela última vez viu seu filho. A patroa que deveria proteger Miguel, não o fez. Uma verdadeira mãe jamais teria o descuido com os filhos de outra mãe.

Todo esse funesto fato mostra, dolorosamente, a desigualdade social, as diferentes condições de maternidade envolvendo a mãe rica, a mãe pobre.  Mirtes, a empregada, a mãe, de condições financeiras precárias, como tem que trabalhar, lhe é negado o direito legítimo da maternidade, cuidar e criar dignamente o filho Miguel, é obrigada a terceirizar o filho, por força de seu trabalho cotidiano, de ida e volta, da favela para o trabalho. Entrevistada, Mirtes fala numa dor muito forte no peito. Sente que algo está engasgado em sua garganta, quase sufocando-a, sente a aspereza no ar. Tristeza e angústia, unem-se em profundo sentimento de amargura. Tudo acontece no inesperado e precoce velório de Miguel. Desesperada, afligida e soluçante chora, verte lágrimas, diante do corpo inerte, sem vida, do filho, marcado pelos desígnios da vida. O desígnio de Miguel, foi marcado pela negligência, pelo modo relapso, pela irresponsabilidade daquela patroa.


CORONAVIRUS: ONDE TUDO COMEÇOU

TEMPO DE TORTURA: CORONAVIRUS

Faz 102 anos. Tempos desafortunados. Guerra em 1918 e o início da propagação de uma gripe mortal que ganhou o nome de espanhola. Os terráqueos viviam em plena angústia, amedrontados, com duas periclitantes situações: luta armada entre nações e uma doença infectocontagiosa. A guerra começou ao início daquele ano e a peste logo depois. O conflito na Europa ceifou 17 milhões de guerreiros e a pandemia gripal, mais de 50 milhões de vítimas civis. A vasta e mortal enfermidade começou nos Estados Unidos, mais exatamente no estado do Kansas, num campo de treinamento de soldados, que se preparavam para ir à Europa lutar na 1ª Guerra Mundial, quando surgiram os primeiros sintomas da gripe espanhola. Aliás, nada a ver com a Espanha. Recebeu esse nome pela razão da Espanha não participar da guerra e por isso informar verdadeiramente o que ocorria com a hedionda guerra e a repulsiva gripe. Outros países boicotavam as reais notícias para não causar pânico na população. No início, lá no campo de treinamento americano, a gripe começou pouca intensa. Tempos depois a peste atingiu a Europa de modo impactante, inapelavelmente letal, matando soldados entrincheirados. Mais adiante, pelo contágio iminente, a pandemia atingiu a população civil em quase todos os continentes. O surto foi devastador, a virulência assoladora. A guerra, com soldados dentro de trincheiras, agrupados, sujeitos a intempéries, frio, todo o tipo de fenômeno natural, facilitava a disseminação da moléstia. Em hospitais uma pior situação: doentes aglomerados, debilitados e desnutridos, a pestilência matando. Naquele ano, como sempre acontecia, navios europeus atracavam em portos brasileiros. Um deles, um inglês, trouxe uma passageira fatídica e amaldiçoada, um tipo da gripe influenza. Do porto onde atracou, a moléstia contagiosa espraiou-se pelo país inteiro, colocando em óbito 35 mil brasileiros. Chegou a afetar a política. O presidente eleito Rodrigues Alves faleceu antes de assumir seu segundo mandato. O vice Delfim Moreira tornou-se presidente, desfecho político natural. As pandemias envolvem discussões, controvérsias na busca de lideranças, do poder político e daí advém erros desastrosos. Em São Paulo, o governo acreditou tratar-se de um resfriadinho. Geograficamente a Europa ficava muito longe e dificilmente, mesmo que fosse uma forte gripe, jamais abalaria os paulistas. Porém, mesmo assim se caso aportasse, o governo estava plenamente capacitado para enfrentar a “espanhola”. Ledo engano. Não estava. A espanhola chegou em setembro de 1918 e foi aquele desastre. Para o combate à moléstia o governo, pelo Serviço Sanitário, propagandeou uma série de cuidados para a população se prevenir. Além disso o poder político teve o direito a excepcionais verbas para dizimar a gripe. Não adiantou. Ao final do ano de 1918, quase 6.000 paulistas tinham morrido. São Paulo foi o exemplo do que aconteceu no plano nacional de histórica lentidão e incompetência, institucionalização errônea dos governos, a inépcia dos serviços de saúde.

Ano de 1918, ano de 2020, gripe espanhola, covid 19, parece que as coisas se repetem, existe uma analogia nas tomadas de decisões, incertezas no governo federal, a segurança plena em tomar atitudes dos governos estaduais. É bem assim.

   

 

  

 

 


PANDEMIA: ONTEM E HOJE

PAIXÃO DE VERÃO

E DAÍ???

FOLHAS DE OUTONO

O grande sucesso musical da década dos anos 50, foi Autumn Leaves (Folhas de Outono) cantada por Nat King Cole. Dezenas de outras gravações ocorreram desde aquele tempo, destacando-se Frank Sinatra e recentemente Bob Dylan. Autumn Leaves, trata-se de uma composição musical talentosa, de inspiração romântica e sentimental. A poesia é de amorosa sensibilidade.  Na tradução, o primeiro verso:

“As folhas que caem no chão em direção a minha janela/As folhas de outono de vermelho e ouro”

Folhas de outono, secas ou mortas. Outono estação espremida na transição entre o calorento verão e o friolento inverno, duas estações contrapostas evidentemente. O agora outono austral, iniciado em março, modifica o mundo natural, fenômeno físico que se caracteriza com a diminuição da luz solar. O escurecer da noite chega cedo, diminuindo o espaço da tarde e consequentemente o dia. O crepúsculo vespertino, tempo macambuzio, oportuniza para refletir, meditar, analisar, as circunstâncias entre tantas, comportamentos, fatos e conceitos. Outono, a estação que causa melancolia, observando-se as folhas dos arvoredos, que já foram verdes, cheias de vida, agora tristonhamente empalecidas, amareladas, folhas secas. O tempo de outono determina que elas abandonem os galhos das árvores. São folhas de outono, impelidas inexoravelmente a cair. Tentam evitar esse malogrado destino para não serem estupidamente pisoteadas e inclementemente varridas, causando o pungente som da folhas secas pisadas. Assim esvoaçam demoradamente ao sabor do vento frio, na tentativa de não chegar ao indefectível destino. Folhas ao léu, que deveriam proteger árvores as deixam indefesas, desnudas, pelo castigo da intempérie. Folhas no chão. Nenhum empecilho ocorreu para aquilo que estava fadado. Mesmo assim, são predestinadas a promover outra beleza natural. No chão, espalhadas colorem com diversos matizes, do amarelo ao vermelho, tons indefinidos de beleza. Parecem ainda cheias de vida.  Passantes comuns não observam aquele encanto disperso. Já as pessoas, amantes da natureza, caminhando em parques, ficam deslumbradas, têm a simples, cativante e agradável sensação de ouvir aquele som, quase silencioso, do vento movendo as folhas secas. O vento pode levá-las a lugares incertos e desconhecidos. Atiradas no chão uma varredura acontece para deixar o local limpo. Varridas, algumas ainda têm utilidade, tornando-se lixo orgânico. Outras não têm serventia alguma por ignorância das pessoas, são atiradas em lugar fétido num lixão, misturando-se com toda espécie de excrementos. Folhas que viram lixão atiradas em covas simples, preparadas para as folhas mortas, ou cadáveres, sem qualquer respeito, piedade, consolação, ali enterrados como se fossem indigentes.

O texto pode ser interpretado como metáfora, pode ser interpretado como mera coincidência

Enfim, folhas de outono, folhas secas, folhas mortas.

 

 

 

 

 

 


domingo, 3 de maio de 2020

DESGRACEIRA


 Minúsculos, são agentes infecciosos desprezíveis. Maléficos, nocivos, possuem uma perigosa tendência para o mal, ameaçando a existência das pessoas. Eles são miudinhos, invisíveis a olho nu. Bandidos, assassinos formados em estrutura, são gigantes em infectar as pessoas num processo de intensa rapidez de destruição das células humanas. Homicidas em potencial, sobrevivem tirando a vida alguém. No microscópio eletrônico eles surgem com aquela horrenda, terrível e assustadora coroa colorida com aparência que apresenta deformidade repulsiva.  
O prefácio denota que o texto envolverá coisa ruim, algo diabólico do capeta. Pois bem, envolve. Estamos falando de coisinhas satânicas, maquiavélicas, verdadeiras pestes, com sanha invulgar, denominadas como vírus no latim ou, como queiram, em português, veneno ou toxina.
São parasitas intracelulares, traiçoeiros, pérfidos e infelizes, que permanecem vivos na dependência de outros organismos, prejudicando o seu hospedeiro. Esses seres diminutos, infinitamente baixinhos, não possuem condição de crescerem em tamanho e de se dividirem, fora do ambiente celular, uma vez que não possuem enzimas e estruturas necessárias para reproduções, aquele bolinho reduzidíssimo, torna-se inerte de material genético.
Vírus são abusados, tétricos, mortais, quando infectam uma célula, estupidamente forçando-a a reproduzir milhares de outros danosos seres, cruel perversidade. Enquanto os humanos são tolhidos em suas vidas normais, sitiados em suas casas, os infames bichinhos energúmenos estão por aí, em plena liberdade disseminando a moléstia, provocando ambiente hostil. Beijos, abraços, sexo, somente para aqueles que estão distanciados da praga, recolhidos em suas residências. Temos outros tipos de vírus perigosos, mas não fatais que infestam o sistema do computador. Claro não são biológicos, mas tecnológicos. Traste invasores. Figuras criada por inescrupulosos. Não matam, mas deixam as pessoas apoquentadas, aporrinham o cérebro, o que de repente pode se tornar um pequeno mal, uma simples dor de cabeça, porém uma formatação pode remediar. Outros, os biológicos, nefastos e obstinados, não têm formatação que possa dar jeito. Prosseguem em sua desdita criminosa destruindo vidas. Desgraceira em forma de tragédia.






                      



quinta-feira, 30 de abril de 2020

fisiologismo ontem e hoje


Fisiologismo é uma das práticas mais nocivas e vergonhosas, coordenadas no mundo político. Trata-se da condenável prática, de políticos e partidos políticos, desprezando dogmas ideológicos ou conteúdos programáticos, pelo troca-troca, sempre colaborando com o governo vigente em busca de benesses.
É um tipo de relação de poder político, em que ações e decisões, são tomadas em troca de favores, tratando-se do famigerado “toma lá dá cá”.
Condutas e práticas de determinados representantes políticos, visam à satisfação de interesses ou vantagens pessoais ou partidárias, em detrimento do bem comum.
 Há 30 anos, numa crônica, nesse espaço, sobre o mesmo assunto, o texto era assim descrito: “Os representantes do povo no Congresso Nacional representam mais interesses particulares, deliberando e votando pelo fisiologismo, não obedecendo determinações da cúpula partidária - ou quem sabe, de acordo - não são programáticos doutrinariamente e de poucas convicções.
Esse desditoso espelho do político é comprovado por fatos. Há anos a famosa frente partidária denominada “Centrão”, uma formação heterogênea com congressistas situacionistas e oposicionistas todos na base do fisiologismo, deram apoio ao governo de José Sarney (PMDB) em troca de favores, como distribuição de canais de rádios FM, estradas asfaltadas e outros obséquios. Ainda no texto citado, registra-se: semana passada, um fato parecido a tantos quantos outros repetiu-se no Congresso Nacional, por ocasião da votação de uma medida provisória. O maior partido da situação governista o PMDB, apresentou a emenda 168, que tratava do saque máximo de CR$ 600.000,00 junto à poupança. Surpreendentemente, estranho resultado:  a medida foi aprovada tranquilamente, inclusive pela maioria oposicionista. Não se  sabe se por ignorância, falta de informação, mas provavelmente por puro fisiologismo. É dando que se recebe. Para oferecer, entregar alguma coisa, no ambiente político sempre é solicitada uma vantagem, nada mais que aquele tipo promíscuo de relações, de negociatas indecentes, pela falta de lideranças probas.
Assim acontece no passar do tempo: velhas Repúblicas sucedidas por novas Repúblicas continuadamente até a nova República de Jair Bolsonaro, que parece fará acordo com o famigerado “Centrão”.
 Ocorreu no passado, certamente acontece no presente e continuará no futuro. Esse fenômeno político é atinente aos parlamentos corroídos pela corrupção. Ótimo seria que atos e atitudes políticas fossem positivamente republicanas e assim teríamos a ética, a moralidade, a transparência, a preocupação autêntica com os anseios e vontades do povo. Decididamente assim não acontece e certamente levará muitas repúblicas, demorará um longo prazo para acontecer.
O fisiologismo tem etimologia que designa curiosamente, o sujeito que vira a casaca, coincidentemente como os candidatos que mudam discurso. 
Antes de tudo fisiologismo político pegou carona na biologia. Depois passou a designar a prática de políticos unicamente, sempre aqueles que deixam o interesse público e partem para a busca de interesses pessoais.
Fisiologismo de ontem e hoje, mistura-se o político com o biológico: a matéria sólida evacuada pelo ser humano,   pode ser diferente, mas as moscas são sempre as mesmas.









sábado, 11 de abril de 2020

EU PRESO JAMAIS


Decididamente não... Não me considero aprisionado. Jamais tive envolvimento com falcatruas. Não me aceito em prisão domiciliar. Nunca fiz conluio algum com a corrupção. Detido, também não é o caso. Não há necessidade para averiguações. Minha vida pregressa revela um cidadão idôneo, o histórico de meu passado é isento de qualquer nódoa moral, de caráter sem jaça, não tenho mazelas a esconder, estou completamente limpo, tanto quanto, em tempo de coronavírus, as mãos das pessoas que as lavam frequentemente. Fico em casa. Consciente não me sinto sem o direito de ir e vir. Posso assim agir, democraticamente mas irresponsavelmente, indo para a rua. Privado, confinado, enclausurado, na verdade, conforme sugerido, sigo o conselho de cientistas e da OMS, estou em isolamento social e procedendo assim, colaboro para o bem da humanidade. Não me sinto desconfortável. Tomo precauções comigo e para com os outros iguais. Não quero ser o agente maligno de uma doença infecciosa, resguardo-me, não desejo ser um elo contaminador do vírus. Gosto de estar em casa. Claro, nem tudo é perfeito: estou impedido de ir ao cinema, não posso realizar meus exercícios na academia, a novela Amor de Mãe foi suspensa, não posso ir ao bar do Bolacha tomar aquele cafezinho. Tenho lazer em casa. Pela segunda vez assisti na tv o inolvidável filme Encontros e Desencontros, o musical cubano Buena Vista Social Clube, a Orquestra Jazz Sinfônica (SP), a reprise no canal Arte1 de um sensacional e histórico show na Suíça da extraordinária banda Eath Wind & Fire, assim como programações diversas: festivais, documentários, filmes. Somos três em casa: eu minha distinta e amada companheira Neiva e o terceiro personagem, sabem quem? O Tylly (isso mesmo, nome americanizado) fiel canis lúpus familiares, tamanho médio, pelo amaciante e esbelto, cor dourado claro – pessoas afirmam que eu exagero quando digo que se trata de um Golden Retrieve, em tamanho menor. Honestamente Tylly é um animal Sem Raça Definida (SRD), no popular, um vira-latas. É esperto, agitado, carinhoso e dócil. Minha netinha Cecilia (4 anos) gosta muito dele, a reciproca é verdadeira. Tenho afazeres domésticos relacionados a horta e ao jardim. A safra de tomates terminou, agora é a vez dos pimentões. Hortigranjeiros perenes como alface, rúcula e radiche continuam satisfazendo apetites. No jardim, no próximo mês poda das roseiras. Podas também nos gerânios e a devida adubação; Três Marias, logo que terminar a floração merecem poda. São três cores diferentes: encarnada, roxa e amarela. Em tempo de outono o solo do quintal fica multicolorido. Tenho que preparar canteiros para as mudas de flores do clima, no caso do inverno, amor-perfeito. Poucos são os cuidados com as suculentas. Eu, seguido pelo Tylly, verificamos costumeiramente todos os detalhes do meio ambiente local, Noto que a grama tem que ser cortada. Isso é o de menos. Demais é o que faz o coronavírus com a humanidade

FRANCISCO


A imagem causa emoção, comovente, que desperta profunda afetividade, espraiando a beleza de um nobre sentido. Na secular e grandiosa praça, no Vaticano, à frente da basílica de São Pedro, completamente vazia, mostrava-se triste, abandonada pelo seus fiéis. Repentinamente, no local surge aquele senhor, completo em meiguice, afeto e carinho: Francisco. Com ternura, meio trôpego na caminhada, mas forte e rígido em sua fé de salvação da humanidade. Reza, beija os pés da imagem de Jesus crucificado em nova concepção na época, relacionada aos horrores no século XIV, a Peste Negra. A benção Urbi et Orbi (para a cidade de Roma e ao mundo) especial na Páscoa, desta vez especialmente rezando para que todos se unam, que não tenham medo e firmem-se na solidariedade e esperança.

CORONAVÍRUS : maldição


 Minúsculos, são agentes infecciosos desprezíveis. Maléficos, nocivos, possuem uma perigosa tendência para o mal, ameaçando a existência das pessoas. Minimamente Eles são miudinhos, invisíveis a olho nu. Bandidos, assassinos da formados em estrutura, são gigantes em infectar as pessoas num processo de intensa rapidez de destruição das células humanas. Homicidas em potencial, sobrevivem tirando a vida alguém. No microscópio eletrônico eles surgem com aquela horrenda, terrível e assustadora coroa colorida com aparência que apresenta deformidade repulsiva.  
O prefácio denota que o texto envolverá coisa ruim, algo diabólico do capeta. Pois bem, envolve. Estamos falando de coisinhas satânicas, maquiavélicas, verdadeiras pestes, com sanha invulgar, denominadas como vírus no latim ou, como queiram, em português, veneno ou toxina.
São parasitas intracelulares, traiçoeiros, pérfidos e infelizes, que permanecem vivos na dependência de outros organismos, prejudicando o seu hospedeiro. Esses seres diminutos, infinitamente baixinhos, não possuem condição de crescerem em tamanho e de se dividirem, fora do ambiente celular, uma vez que não possuem enzimas e estruturas necessárias para reproduções, aquele bolinho reduzidíssimo, torna-se inerte de material genético.
Vírus são abusados, tétricos, mortais, quando infectam uma célula, estupidamente forçando-a a reproduzir milhares de outros danosos seres, cruel perversidade. Enquanto os humanos são tolhidos em suas vidas normais, sitiados em suas casas, os infames bichinhos energúmenos estão por aí, em plena liberdade disseminando a moléstia, provocando ambiente hostil. Beijos, abraços, sexo, somente para aqueles que estão distanciados da praga, recolhidos em suas residências. Temos outros tipos de vírus perigosos, mas não fatais que infestam o sistema do computador. Claro não são biológicos, mas tecnológicos. Traste invasores. Figuras criada por inescrupulosos. Não matam, mas deixam as pessoas apoquentadas, aporrinham o cérebro, o que de repente pode se tornar um pequeno mal, uma simples dor de cabeça, porém uma formatação pode remediar. Outros, os biológicos, nefastos e obstinados, não têm formatação que possa dar jeito. Prosseguem em sua desdita criminosa destruindo vidas. Desgraceira em forma de tragédia.







A MÁSCARA DA FACE CAIU


Aquela peça que pode ser usada no rosto para escondê-lo parcial ou completamente, chama-se máscara: elementar meu caro Watson. É o acessório usado por atores numa peça teatral para cobrir o rosto, ocultando a própria identidade, caracterizando personagens em um gênero teatral. A máscara tem as mais diversas utilidades:  propósitos festivos, bailes de máscaras, carnaval, eventos sociais, festas, enfim, os mais variados programas, intercalados com diversas brincadeiras. A máscara tem também finalidade lúdica para divertir crianças.
Registra-se que as máscaras são utilizadas em rituais e cerimonias religiosas, principalmente pelos chineses e africanos. A máscara não serve tão somente para cerimonias ou entretimento. Tem ainda a função, na faina diária, ser necessária à proteção do apicultor, com roupa apropriada, essencialmente uma máscara. O soldador, em sua labuta precisa de uma máscara de metal protegendo os olhos. Tem gente que precisa até de uma máscara para dormir. Bandidos usam máscara para roubar. Tem político que jamais retira a máscara da mentira. Nos esportes são usadas, para o cuidado necessário em defesa da violência de golpes, como na esgrima, futebol americano e hóquei no gelo. Máscara num sentido figurado, serve de disfarce para hipócritas, dissimulação para cretinos, mascarando a mediocridade. Têm pessoas que usam máscaras para esconder a tristeza. Quem é feliz, usa máscara da alegria.
Profissionais da saúde devem usá-la para sua proteção e dos que precisam de atendimento. Importante, não há necessidade de se usar máscara para resfriadinhos. Lamentavelmente, nos dias de hoje, a máscara é usada para defesa de uma tragédia mundial, combater um novo vírus, coronavírus, que provoca infecções respiratórias.  O novo coronavírus, tem a forma de coroa, circulando perigosamente por aí. Proveniente de animais, como morcegos e ratos, que passam a infectar as pessoas, quando a convivência é muito próxima. A família dos coronavírus é conhecida dos pesquisadores desde 1960. Há outras doenças provocadas por vírus desse tipo. Nos anos de 2002 e 2003 o coronavírus, ficou conhecido pela sigla SARS e infectou milhares de pessoas em 26 países, supõe-se doença proveniente de ratos. Em 2012 outro coronavírus foi descoberto, o MERS. Por circular no Oriente Médio, especialistas acreditam que depois de uma mutação, o vírus pulou dos camelos infectando as pessoas.
O novo coronavírus foi registrado com nome COVID-19, significando “doença do coronavírus”, enquanto o número 19 se refere ao ano de 2019. Descoberto em dezembro do ano passado, protagonizou a primeira vítima com morte no início do mês de janeiro e a partir daí, o começo de uma rápida e agressiva ação doentia, transformada em pandemia, protagonizando uma hecatombe, um massacre na humanidade.
Voltamos assim ao texto das máscaras provocado pelo COVID-19. Tem gente que não sabe usá-las, notamos isso numa entrevista de autoridades governamentais. Uma autoridade ajeitava a máscara toda atrapalhada, uma outra retirava para falar e não sabia colocar de volta. Momentos hilariantes. Finalmente, uma das autoridades resolveu decididamente não mais usar a máscara, lembrando a letra daquele antigo samba “caiu a máscara da face”.


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A MESMA POLÍTICA DE COLLOR A BOLSONARO


Os anos passam e os costumes se repetem. Trabalha-se de março a dezembro, no meio alguns feriadões, e nos meses de janeiro e fevereiro, o país praticamente para, evidentemente para a classe privilegiada. Operários, do chã de fábrica, não tem prerrogativas cedidas aos elitizados. O mau exemplo parte principalmente de políticos, parlamentares como senadores, deputados e vereadores, que desfrutam do recesso parlamentar, que na verdade são prolongadas férias, mas que se trata oficialmente de “suspensão temporária das atividades do poder legislativo, como também do judiciário”. O recesso, dos poderes brasileiros citados, foi copiado de países de intenso frio, de forte precipitação de neve, que impediam as atividades normais durante rigoroso inverno. Só que no Brasil, todos sabem, o recesso acontece no verão, e nossos políticos, desfrutando de pomposos honorários, viajam, aproveitam o veraneio pelas mais concorridas regiões turísticas no país e no exterior.
O que não se entende é que as eleições se repetem e a população se repete votando em figurinhas carimbadas pela corrupção, desonestidade, antiéticas. O eleitor deixa de fazer o necessário escrutínio, a avaliação indispensável de seu candidato: o que fez no passado, o que faz no presente e o que poderá fazer no futuro. Recentemente, ao início do recesso parlamentar, os deputados federais auto presentearam-se com novo reajuste salarial, passando a receber um pouco mais de 200 mil cruzados novos a cada mês, prova da injustiça social, quando se sabe da enorme diferença salarial na comparação ao cidadão comum, aquele do salário mínimo de NCr$ 1.283,51, sabendo-se mais, que o salário de uma professora supera um pouco mais que o mínimo. Pior, no interior das regiões norte e nordeste, a remuneração é inferior ao mínimo determinado por lei. Mais: trata-se de um salário bem superior ao cidadão médio, instruído, de capacidade comprovada, com salário bem inferior, comparado ao parlamentar analfabeto funcional. É bom lembrar ainda que aquela gente de Brasília trabalha de terça a quinta-feira, o que significa dizer que em 12 meses trabalham 10, o que condiz com salário de marajá.
Toda essa imoralidade, falcatrua e corrupção, parte de uma classe governante que deveria ter uma imagem sem jaça, sem mácula.
É bom lembrar que o presidente eleito “collorido” Fernando afirma que estará na busca dos marajás (segundo a Rede Globo) no serviço público: será? Seriedade e honestidade é que o brasileiro espera do seu novo governante. Por enquanto, “depois de uma árdua e cansativa campanha política”, o inimigo dos marajás, desfruta um repouso em hotéis de primeira grandeza em Roma e Paris. Talvez por lá, comece caçar marajás. Para que tudo aconteça, ao menos razoavelmente na nova política, tudo dependerá do eleitor, se votou conscientemente, se fez o necessário escrutínio, a precisa avaliação. Caso contrário, se o voto foi um favor em troca de outro favor, por uma gratificação ou uma cesta básica, dessa forma, permissivamente colabora com a politicagem, assim conhecida a política reles, mesquinha, de interesses pessoais. Se você votou de forma inescrupulosa você está no mesmo nível “daquela gente”.







Micróbios, vírus, bactérias, causam graves infectuosas doenças à humanidade. Uma das piores doenças do mundo, pelo resultado maligno, ocorreu no século XIV, entre os anos de 1347 e 1351, causando inclemente morticínio. De imensa severidade foi impactante com a população mundial. De proporções gigantescas, a moléstia provocou descomunal tragédia, a fatídica peste bubônica ou, peste negra, - chamada assim porque provocava manchas negras na pele das pessoas contaminadas pelas infecções - como ficou mais conhecida, originária da China, disseminada por toda Europa e Ásia, causando devastadora epidemia registrada na história da humanidade. A febre é causada por um vírus que afeta primeiramente os roedores, especialmente ratos, transmitida de um para outro por meio de pulgas, que ao morderem o rato, passam a ser as condutoras de bactérias. O ser humano é contaminado quando mordido pela pulga infectada. Dois fatores importantes colaboraram para esse trágico desfecho: naquele período da Idade Média, a medicina estava muito atrasada e precárias eram as condições de higiene e saneamento básico. A mais mortal das doenças infecciosas, pela alta capacidade de contaminação, quase destruiu a humanidade.  Estima-se que a população no mundo naquele tempo era em torno de 450 milhões de pessoas, a doença a fez diminuir, presume-se para 350 milhões de terráqueos, um terço da população mundial, resultado funesto da peste negra.
                                                 *** ***
A humanidade passou mais uma vez por outra calamidade referente a saúde, uma patologia gripal, que ficou conhecida como gripe espanhola. Ocorreu na época da primeira grande guerra (1914/1918). Havia grande censura quanto ao andamento do conflito.  A Espanha era um país neutro e dessa maneira noticiava livremente o que ocorria, inclusive a devastadora gripe, conhecida como espanhola por ser a Espanha a divulgá-la. A doença transformou-se em verdadeira pandemia em todas partes do mundo. Teve origem por uma virulência incomum e constantemente mortal de um tipo de vírus influenza A do H1N1. Matou entre 50 a 100 milhões de pessoas somente em um ano (1918 a 1919), o que representa mais mortes do montante provocado pelas duas grandes guerras ocorridas no século XX. No Brasil ocorreram aproximadamente 35 mil óbitos, dentre eles o do presidente da República na época, Rodrigues Alves. Aliás, a grave questão de censura não deu detalhes do surto de meningite, acontecida no governo da ditadura militar no Brasil. Mais recentemente um médico chinês, exatamente em dezembro do ano passado, descobriu como diagnóstico o coronavirus. O governo da ditadura chinesa por censura proibiu qualquer notícia. Quando tornou-se incontrolável a epidemia, a gravidade do evento tornou-se pública.
                                                     *** ***
Os coronavirus são grupos virais que causam infecções respiratórias ao ser humano. Alguns coronavirus – que tem a característica de ser parecido com um coração - podem causar severas consequências conhecidos pela sigla inglesa SARS, que surgiu na China em 2002 e infectou 8000 pessoas, responsável pela morte de mais ou menos 800 indivíduos. No ano de 2009 ocorre a gripe A, causada pelo vírus H1N1, vitimando 18,5 mil pessoas, tornando-se uma pandemia gripal. Ano de 2012 foi isolado outro coronavirus, originário da Arábia Saudita. Atualmente os coronavirus são identificados pelo código Covid-19






SUPER BOWL - O GRANDE ESPETÁCULO

Trata-se de uma atração fabulosa, magnificente representação esportiva, atraente, fascinante, impressionante em sua beleza, rebuscado na sua infraestrutura em todos os detalhes, uma organização de requintes primorosos, presença maciça de torcedores no estádio, colossal audiência em televisão. Por tudo isso é difícil quantificar a grandiosidade do super bowl, de modo esportivo ou culturalmente, de investimentos bilionários. Em termos propriamente nacional, não existe outra competição igual mundo afora, que excite tanto uma população. O super bowl no estádio reúne 66 mil torcedores. Pela televisão alcança uma audiência de aproximadamente 110 milhões de telespectadores de um mesmo país.
O super bowl, futebol para os americanos, é o mais popularizado esporte nos Estados Unidos, apesar de sua virilidade e brutalidade, de impactos graves no cérebro, contusões e lesões, isso com toda a proteção adequada ao uniforme.  Super Bowl é uma decisão em um único jogo, única final da National Football League (NFL), na verdade o vencedor, campeão da temporada. A NFL tem duas conferências: A NFC, Conferência Nacional com quatro divisões, cada qual com quatro franquias. A AFC também tem quatro divisões com quatro franquias (seriam por aqui os clubes), assim 32 franquias que disputam o campeonato, até chegar a vez dos playoffs (mata-mata) e depois o super-bowl. Não há rebaixamento. Atualmente a NFC é a liga esportiva com a maior média de público do mundo, quase 68.000 torcedores. Endinheirados chegam a pagar ingressos entre US$ 5.000 (em torno R$ 22.000) e US$ 13.000 (R$ 55.000), claro, dependendo da localização. Os números são superlativos considerando-se Super Blow um dos maiores eventos do mundo, junto com a Copa do Mundo de futebol e as Olimpíadas. Somente em receita de bilheteria chega-se a US$ 2 bilhões. Inserções comerciais vendidas pela FOX, emissora com direitos a transmissão nesse ano em torno de US$ 500 milhões. Os comerciais durante a transmissão aproxima-se US$ 6 milhões, cada um de 30 segundos. Todas as cotas para os intervalos já estavam esgotadas em novembro de 2019. Necessário dizer que no jogo existem quatro intervalos.
Domingo 2 (transmitido pela ESPN) o Super Blow de 2020 no Hard Rock Stadium em Miami, defrontaram-se Kansas City Chiefs, depois de 50 anos tentado vencer mais um Super Blow (venceu na temporada dos anos 1969) e São Francisco 49 ers em busca do seu sexto título (Os Patriots já foram seis vezes campeões do Super Bowl, junto com Pittsburgh). A partida no calor de Miami, começou com vantagem de Kansas por 3x0. Reagiu São Francisco empatando o jogo. Ao voltar do primeiro intervalo o time de São Francisco obteve excelente vantagem de 10 pontos (20X10). O jogo foi para o último e quarto intervalo. Havia a certeza pela vantagem de São Francisco que venceria com facilidade, mas não aconteceu. A franquia de Kansas reabilitou-se e venceu surpreendentemente. Por 31x20 Super Blow 2020 coube ao Kansas City Chiefs, depois de 50 anos.   
                                        *** ***      
Espetáculo dos espetáculos: num dos intervalos show de Shakira e Jennifer Lopez.                                                                        

SENTIMENTOS DE ALEGRIA. EUFORIA E DE ALEGRIA


Deveríamos, todos nós, ter o mesmo sentimento de alegria, euforia e otimismo, de modo rotineiro ao surgir um novo dia, como acontece ao final de cada ano, quando recebemos com festiva comemoração os auspiciosos votos de felicidade ao início de novo ano. Deveríamos, conforme escrevi ao início desse texto. Na verdade é difícil manter diariamente o sentimento de contentamento, a sensação do bem- estar, a tendência de que tudo está bem, o relacionamento amistoso com as pessoas, paz de espírito, ser igual ao seu igual, formar a corrente do bem. A cada segundo, minuto, dia, ano, a marcha inexorável do tempo, implacável e insensível ao sentimento humano que nos oferece o estado afetivo da alegria, entrecortada surpreendentemente pelos fatos tristes, melancolia e infelicidade. Faz parte da vida. Drama que vivenciamos a cada momento no majestoso  teatro da vida. Participantes, atores, astros e estrelas, coadjuvantes, na verdade simples figurantes, desse espetáculo de bilhões de terráqueos, que lutam e sobrevivem, para que no final de cada ato tenham um epílogo feliz. Nessa monumental e autêntica representação do teatro da vida, desempenhando papéis, de improviso, sem ensaios, escrito por autor desconhecido, talvez de nome Destino. Nesse cenário magnifico do palco situado no planeta Terra, você está vivo, presente, artista do show da vida.
Lembre-se que a vida tem roteiro indefinido, que não permite ensaios, não tem script.
No nascimento, na tenra idade, você já é um artista e portanto as cortinas do palco da vida abrem-se para um espetáculo de sorrisos, choros e amor. Seja um protagonista que atuará ao seu tempo. Seja um ator desempenhando naturalmente seu papel, por preferência com muito amor. Evite se atordoar com as coisas ruins O espetáculo é de paz. Permaneça em cena, tendo mil razões para ser feliz. No palco da vida é confiar em nós, sentimentos, a certeza de que tudo dará certo, enfrentar os obstáculos, desafios, tendo todo cuidado para não tropeçar no palco. Se tropeçar levante-se e continue a atuar. Há inúmeros tropeços que serão vencidos com denodo. A vida não representa um sonho. É pura realidade. Todos nós estamos em cena, somos estrelas do espetáculo Num todo a peça é eterna. Os atores não: sempre haverá aqueloutros para a substituição. Uma afirmação irredutível para cada ator: a cada ato podem fechar as cortinas no palco.
Você está vivo participando do espetáculo. Viva intensamente porque num momento você sai de cena, momento de tristeza, melancólico e de desencanto com a peça da vida terminando sem aplausos.
                                         *** ***
                                                                                                                     

quinta-feira, 26 de março de 2020

EDUCAÇÂO... A mesma coisa


Viajando no passado, na história da educação verificamos que quase nada mudou, talvez pouca coisa, desde o começo do processo educacional até hoje. O que ocorreu na verdade foram alguns avanços, maior ainda foi a sucessão de tropeços. Nos primórdios podemos afirmar que a educação escolar iniciou-se com realizações dos padres jesuítas, mais tarde expulsos. Expulsos, o processo escolar ficou esquecido, pior, alterado para pior. Pouco importava, porque na verdade, em todo aquele período os filhos das elites iam estudar na Europa. Em 1808, a família real portuguesa desembarcou em território brasileiro. Transformações foram feitas pelo líder português Dom João VI, fujam dos ingleses, umas sem importância, uma importante: abertura dos portos para as nações amigas. No aspecto de ensino nada diferente ocorreu. Camadas inferiores da população aumentavam analfabetas. A educação continuava como privilégio das elites. Alguma coisa poderia ser considerada diferente quando foram criados especiais cursos, considerados depois como as primeiras faculdades, claro para elitistas. Passou o tempo, século XX, a escolarização da população brasileira prosseguia em atraso. Fim da 1ª Guerra Mundial, desenvolvimento da industrialização e com isso a preocupação com o aprimoramento do ensino. Demorou o desejo de concretizar-se a necessidade educacional, de forma positiva, substancial. Somente a partir do ano de 1960, com a mobilização da sociedade, dos movimentos sociais é que surgiram as primeiras experiências de popularização da escola deixando de ser exclusiva aos grupos minoritários elitistas. Mas esse objetivo democrático da escola pública não conseguiu difundir-se, o golpe militar de 1964 interferiu. O governo ditatorial compreendeu que aquela escola não era adequada por ter princípios socialistas, contrários à sociedade conservadora. Ocorreu a redemocratização, mas a educação não evoluiu, o atraso continuou sendo entrave ao ensino moderno. Escolas enfrentando problemas, cada vez mais sem encontrar devidas soluções, concernente especialmente as escolas públicas. Verbas governamentais não são repassadas, quando acontece são minguadas. A escassez dos repasses empobrece o sistema. Espaço físico para abrigar alunos é exíguo. A carência é predominante, o estado geral das instituições escolares é desordenado, confuso.
A escola não se projeta para o caos total pela perseverança dos professores, pela pertinácia dos mestres, profissionais de plena retidão, de total competência, do amor a causa na preparação do ser humano. Profissionais mal remunerados – remuneração média dos docentes é equivalente 70% da remuneração de profissionais do mesmo nível escolar -. Professores esforçam-se preparando condizentemente alunos, filhos dos pais que confiantemente lhes entregam. Acham eles pais, que a escola como instituição só merece repúdio, não oferece confiança. Mestre que encontra aluno problemático devido ao desastroso relacionamento e comportamento familiar.
O professor passa a ser também o assistente social. O relapso de autoridades educacionais ultrapassa o básico. Espaços físicos irrisórios, faltam salas de aulas, provocando todos os anos a penosa situação dos pais na busca de uma vaga para a devida matricula do filho. Tudo decorrência da incompetência a inépcia das autoridades. Educação: atraso no passado, persistente no presente...futuro? 




E

ANTIGA E VELHA POLÍTICA : NÃO HÁ DIFERENÇA

Os anos passam e os costumes se repetem. Trabalha-se de março a dezembro, no meio alguns feriadões, e nos meses de janeiro e fevereiro, o país praticamente para, evidentemente para a classe privilegiada. Operários, do chã de fábrica, não tem prerrogativas cedidas aos elitizados. O mau exemplo parte principalmente de políticos, parlamentares como senadores, deputados e vereadores, que desfrutam do recesso parlamentar, que na verdade são prolongadas férias, mas que se trata oficialmente de “suspensão temporária das atividades do poder legislativo, como também do judiciário”. O recesso, dos poderes brasileiros citados, foi copiado de países de intenso frio, de forte precipitação de neve, que impediam as atividades normais durante rigoroso inverno. Só que no Brasil, todos sabem, o recesso acontece no verão, e nossos políticos, desfrutando de pomposos honorários, viajam, aproveitam o veraneio pelas mais concorridas regiões turísticas no país e no exterior.
O que não se entende é que as eleições se repetem e a população se repete votando em figurinhas carimbadas pela corrupção, desonestidade, antiéticas. O eleitor deixa de fazer o necessário escrutínio, a avaliação indispensável de seu candidato: o que fez no passado, o que faz no presente e o que poderá fazer no futuro. Recentemente, ao início do recesso parlamentar, os deputados federais auto presentearam-se com novo reajuste salarial, passando a receber um pouco mais de 200 mil cruzados novos a cada mês, prova da injustiça social, quando se sabe da enorme diferença salarial na comparação ao cidadão comum, aquele do salário mínimo de NCr$ 1.283,51, sabendo-se mais, que o salário de uma professora supera um pouco mais que o mínimo. Pior, no interior das regiões norte e nordeste, a remuneração é inferior ao mínimo determinado por lei. Mais: trata-se de um salário bem superior ao cidadão médio, instruído, de capacidade comprovada, com salário bem inferior, comparado ao parlamentar analfabeto funcional. É bom lembrar ainda que aquela gente de Brasília trabalha de terça a quinta-feira, o que significa dizer que em 12 meses trabalham 10, o que condiz com salário de marajá.
Toda essa imoralidade, falcatrua e corrupção, parte de uma classe governante que deveria ter uma imagem sem jaça, sem mácula.
É bom lembrar que o presidente eleito “collorido” Fernando afirma que estará na busca dos marajás (segundo a Rede Globo) no serviço público: será? Seriedade e honestidade é que o brasileiro espera do seu novo governante. Por enquanto, “depois de uma árdua e cansativa campanha política”, o inimigo dos marajás, desfruta um repouso em hotéis de primeira grandeza em Roma e Paris. Talvez por lá, comece caçar marajás. Para que tudo aconteça, ao menos razoavelmente na nova política, tudo dependerá do eleitor, se votou conscientemente, se fez o necessário escrutínio, a precisa avaliação. Caso contrário, se o voto foi um favor em troca de outro favor, por uma gratificação ou uma cesta básica, dessa forma, permissivamente colabora com a politicagem, assim conhecida a política reles, mesquinha, de interesses pessoais. Se você votou de forma inescrupulosa você está no mesmo nível “daquela gente”.




ra o funcionamento do SESI, falta somente alugar um prédio adequado. Funcionários da indústria, transporte e construção tem direito aos benefícios do SESI (Serviço