segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Portal da Transparência: os 20 melhores municípios do RS

O que é Portal da Transparência
O Portal da Transparência é uma iniciativa da Controladoria Geral da União (CGU) em colaboração com o Ministério Público Federal e Estadual. O Portal foi lançado em 2004 e assegura a boa e correta aplicação de recursos públicos. O objetivo consiste em transparecer a coisa pública permitindo ao cidadão acompanhar como o dinheiro público está sendo utilizado, fiscalizando-o.
Dessa forma a transparência é o melhor meio de combater a corrupção. Para a devida avaliação, municípios e estados, devem ter de forma pública e acessível pelo Portal da Transparência e com isso, o acesso a informação, informações sobre despesas e receitas, contratos de licitações, salários dos servidores públicos e gastos com diárias e passagens.

Farroupilha e o ranking
Na avaliação do Ministério Público Federal (MPF) através das notas atribuídas (elas variam de 0 a 10), Farroupilha está posicionada no estado em 129º lugar com a nota 7,50. Na região da serrana sua posição é de 7º lugar. Na Serra serrana destacam-se dois municípios em âmbito estadual: Nova Roma do Sul em 7º lugar com a nota 9,30 e Ipê em 21º lugar com a nota 8,80.
Entre os setes municípios no país que obtiveram nota 10,00 três são do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Santa Cruz do Sul  e Venâncio Aires. Porto Alegre nacionalmente entre as capitais ficou em primeiro lugar à frente de São Paulo 9,30, João Pessoa e Macéio 9,00 e Belém e Cuibá 8,50.
O Rio Grande do Sul, entre os estados, com a nota 9,00 ficou em quarto lugar atrás de Mato Grosso, Santa Catarina e Espírito Santo

Os 20 melhores municípios
Entre os 497 municípios gaúchos, na avaliação do MPF, os 20 melhores:
Porto Alegre 10,00   Santa Cruz do Sul 10,00   Venâncio Aires 10.00   Vale do Sol 9,80
Herveiras 9,70   Muliterno 9,70,   Nova Roma do Sul 9,30   Canoas 9,30    Agudo 9,10
Osório 9,10   Três Passos 9,10   Cachoeirinha 9,10   Cacique Doble 9,00   Esmeralda 9,00
Nova Hartz 9,00   Paim Filho 9,00   Rio Pardo 9,00   São Leopoldo 8,90   São Valentim 8,90   Água Santa 8,80    

Avaliações na Serra
Nova Roma do Sul 9,30 (7º),   Ipê 8,80 (21º),    Campestre da Serra 8,50 (34º),
 Vacaria 8,50 (35º),    Nova Petrópolis 8,20 (55º),     Flores da Cunha 7,80 (9º), Farroupilha 7,50 (129º),    Gramado 7,30 (150º),    Caxias do Sul 7,10 (176º),
Antonio Prado 6,50 (239º),    Carlos Barbosa 6,20 (259º),    Bom Jesus 6,10 (268º), Veranópolis 5,60 (318º),    Bento Gonçalves 4,60 (383º),    São Marcos 4,10 (406º), Canela 3,80 (424º),    Garibaldi 3,10 (453º),    Nova Prata 2,70 (466º)

Nota: entre parênteses a posição em âmbito estadual








NO STF é assim. Petistas votam em prol dos tucanos.

A hierarquia republicana deve ser obedecida. O senado é a câmara superior entre os parlamentos. O voto de parlamentares no Congresso Nacional em qualquer circunstância deve ser aberto, requisito do estado democrático, o eleitor quer saber. Nada de secreto.  O regimento interno da Câmara Federal não pode sobrepor-se ao preceitos que regem a Constituição. A formação de uma comissão especial na câmara de deputados deve obedecer aos regulamentos impostos, formada por lideres dos partidos. Assim deveria ser o constituído, inerente ao estabelecido pelo sistema regido pelo estado democrático. Foi necessária uma ação judicial para questionar os atos do presidente da câmara Eduardo Cunha, mequetrefe constitucional e seus asseclas, que por meio da sutileza de argumentação, aparentemente lógica, mas falsa e capciosa, um sofisma, patrocinaram a manobra de interesses políticos contrária a toda proposição constitucional.
Não é necessário ter profundo conhecimento jurídico constitucional, a perspicácia dos causídicos, a sapiência de um jurista, para se saber que o ato golpista de Cunha, o irracional jurídico não teria advento.
Acatada a medida liminar por ministro do STF, ajuizada contra normas que disciplina o processo de impeachment iniciou-se a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) de número 378.
Conforme a regra processual foi estabelecida liturgia jurídica: primeiramente a escolha do ministro relator, designado Edson Fachin, tido como petista, o mesmo que concedeu a medida liminar. Petistas vibraram. Esfregaram as palmas das mãos num gesto de contentamento, soltaram um sorriso sardônico depreciando adversários.
Tucanos e aliados, a turma do Cunha, decepcionados arregalaram os olhos descrentes, morderam os lábios pelo desapontamento.
Ministro Fachin, relator, durante aproximadamente três horas expôs seu relatório e aí acontece o revés. Não é que o suposto petista aprovou literalmente o que foi acordado por Cunha e seus partidários. Opositores efusivos, eufóricos saudaram o relatório. Fachin pareceu um tucano. Quanto aos petistas o desgosto pela surpresa revelado pelos olhares esbugalhados de fúria. Sentiram que o relatório foi um escrito de verdadeira trairagem.  Por sua vez os tucanos, mediante o mesmo relatório na votação não deixaram por menos: ganhariam de goleada, 11 x 0. Mas alguém lembrou que havia o voto do ministro Toffoli, tido como petista. Outro alguém retrucou: “Tudo bem, então será 10 x 1.
Com o desenrolar do julgamento não aconteceu a goleada premeditada, pior, ocorreu a derrota. Inacreditável. Ministros supostamente petistas entre eles Fachin e Toffoli
votaram a favor das teses de Cunha. Votos que acompanharam os ministros rotulados como tucanos: Gilmar Mendes e Celso de Mello.
Assim o impeachment voltou a estaca zero. O coxinha da direita reacionária ficou furibundo, impetuosamente furioso. Pensou. Dilma numa primeira estância do impeachment passou incólume. A odiosa paixão, o rancor descabido, a decepção extrema em saber que dois petistas votaram com os tucanos.
Fachin na eleição presidencial declarou voto a Dilma. Agora, no impeachment, votou contra. Quis mostrar independência, que não está atrelado ao PT? Provavelmente se baseou na rigidez da lei, diferentemente da maioria dos colegas.
O voto de Toffoli contra Dilma poderia ser uma questão pessoal. Afinal há informação de que pertenceu ao movimento “volta Lula”.
Talvez uma visão maniqueísta possa explicar o voto dos dois ministros.  


  


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Cícero para Cunha: "Até quando ainda abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo...

Alto nível intelectual na corte imperial de Brasília. O latim é usado como língua nacional, entre o vice-presidente e a presidenta da República brasileira. O vice escreve uma carta para a presidenta e em destaque abre a missiva com um prólogo em língua latina: “Verba volant, scripta manent”, ou seja, na nossa língua, a portuguesa, significa “as palavras voam, os escritos permanecem”.
Dilma, da mesma forma, pela intelectualidade latina, poderia responder: “Aquiris quodcumque rapis” ou seja, “colhes o que planta”. Mais, ainda em latim: “Mala herba cito crescit”, traduzindo “ervas daninhas crescem rápido”.  Parecem, retornando aos primórdios, mensagens em tempo da república e império romano em que o latim era a língua oficial naquela época de Roma. Latim é uma língua morta, mas tem autoridades brasileiras querendo revivê-lo, ressuscitar a língua latina. Na verdade um fato anacrônico. A atual comunicação política nacional no cotidiano, não só latina, em que o brasileiro analfabeto funcional e muita gente boa não entendem patavina, mas também em bom português, tem um jeito prosaico, modo de coisa jocosa e bizarra, talvez a tentativa de enganar alguém, um lero-lero sem objetividade.
Data-venia (latim de novo) ou seja, com a devida licença, a língua mais morta continua viva em Brasília e está no cotidiano político da capital federal e até mesmo nas ações da Polícia Federal.
Uma investigação da PF foi cognominada com a expressão latina “erga omnes” o que significa que a lei e uma decisão “valerá para todos”.
A mais recente investigação dos federais tem uma denominação em latim: Catilinária. Esse nome próprio faz referência aos discursos pronunciados pelo cônsul Marco Tulio Cicero, famoso histórico, renomado cônsul e tribuno romano conhecido simplesmente por Cícero.
Catilinária, designada assim envolve Cícero e seus discursos no Senado romano, pronunciados em 63 a.C. contra Lucio Sergio Catilina, senador, subversivo e militar, filho de família nobre, mas falido financeiramente e que planejava com seus seguidores derrubar o governo republicano romano para obter poder e riqueza. Na verdade uma tentativa de golpe na antiga Roma há mais de dois mil anos. (Qualquer semelhança com a política atual brasileira pode ser uma mera coincidência).
Em um dos memoráveis discursos Cícero se pronuncia com varias indagações, verdadeira inquirição: “Até quando Catilina abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há-de zombar de nós essa tua loucura? A que extremos se há-de precipitar a tua audácia sem freio?”
Lúcio Sergio, o Catilina, nesse confronto aberto no Senado, pela eloqüência do discurso de Cícero, perdeu. Derrotado, na oposição, aliou-se ao exército golpista e foi ao confronto pelas armas. Deu-se mal. No ano seguinte o rebelde morreu em campo de batalha.
Imagine-se. Cícero na atualidade, no parlamento brasileiro, poderia dirigir seu discurso ao deputado-presidente da Câmara: “Até quando Cunha abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo...
Em Brasília o latim predomina. A presidenta Dilma nada gostou do latim de Michel e num momento de reflexão, de meditação solitária em latim claro, deve ter pensado: “Beati pauperes spiritu” ou seja, em reflexão clara, em português: “Bem-aventurados os pobres de espírito”, isso depois de um momento de inicial de surpresa, quando recebeu a tal carta deve ter exclamado, ainda em latim: “ Tu quoque, Michel, fili mi!” (Até tu, Michel, filho meu”! 
 



  

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Temer traíra, Dilma cassada e Cunha presidente.

O sujeito tem excelente oportunidade de conquistar uma posição invejável, poderosa, prestigiosa. Nem que para isso use manobras artificiais, conluios ou conchavos, ardis em que não haja nenhuma ilegalidade, mas muito discutíveis no aspecto da moralidade. A oportunidade apresentada em muitos casos uma simbiose com o oportunismo, aquele sistema que é a prática usada por aqueles que se aproveitam astuciosamente da dita oportunidade e como oportunistas tirar proveito, vantagens conseguidas pela perfídia conspiradora, por ações clandestinas, pela falsidade que como se diz na gíria, “traíragem”. Esse retrato cômodo e conveniente parece ter como protagonista, ser adequado no momento a configuração política de Michel Temer e o PMDB. O comportamento de Temer é de ter absoluto desejo em ser presidente da República. Tudo começa com um desconforto, de veladas críticas à presidenta Dilma, o projeto de “Uma Ponte para o Futuro”, são as maiores determinantes para alcançar seu objetivo. A vontade de Temer pela presidência ficou explicita por mais um imbróglio surgido: a carta enviada a Dilma. A missiva tornou-se pública, causou rebuliço, controvérsia, e seu autor disse que a correspondência não poderia ter sido vazada. A carta com aquele teor crítico, de certa amargura, evidentemente era para ser publicada, se assim não fosse não teria nenhuma repercussão. Qual seria o interesse em escrever de forma particular para Dilma, declarando sua insatisfação. As linhas escritas por força do desgosto se referem em determinado ponto ao desprezo, a posição decorativa de vice-presidente.
Se assim se sentiu o vice nos quatro primeiro anos de governo, porque então aceitou na reeleição continuar desprezado e decorativo. O poder encanta, seduz, é possessão.
Assim, com essa política e artimanhas, vontade e desejo, farão de Michel Temer em março novo presidente do Brasil. Articulações políticas com essa finalidade já ocorreram. A formação da Comissão Especial na Câmara de Deputados é um indicio. Os peemedebistas querem apoio e iniciam conluio com os tucanos. Nessa articulação o PSDB pode se dá mal na próxima eleição presidencial. Vale um exercício imaginativo. Imaginemos Temer presidente. O projeto “Uma Ponte para o Futuro” da certo, economia equilibrada, investimentos retornam. Tudo isso faz do PMDB favorito nas eleições de 2018. Adeusinho para os tucanos de Geraldo Alckmin.
Sim, Alckmin, o candidato do PSDB que é mais político, tem mais carisma. Aécio ficou fora. Não tem aquele perfil. Em entrevistas mostra a feição da indecisão, nas declarações o rosto de um inseguro, a cara de um tanso.
Enfim depois de tanto anos (mais de 20) de estar no governo o PMDB é governo com Temer. Certamente o amigo Padilhão (Eliseu Padilha), o primeiro traíra, será o Ministro Chefe da Casa Civil e até pode ser Eduardo Cunha Ministro da Justiça. Sim, com o PMDB no comando, Cunha escapa da cassação. Mais. Cunha poderá ser até presidente. Pela invenção construtiva imaginativa, Temer por algum motivo, não assume a presidência. Pela Constituição assume o presidente da Câmara de Deputados, Cunha. Por sua vez - já que estamos nesse patamar – presidente da Câmara Tiririca. Que país é esse?
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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Faustino espanhol, Luiza belga e a Compagnie Auxiliare de Fer Bresil

Deveras. Dentre as personalidades da história do município de Farroupilha  está meu avô Faustino Gomes, espanhol que chegou menino, 11 anos de idade, quase ao final do século XIX  com a sua família. Veio para o Brasil entre aproximadamente os 700 mil espanhóis emigrantes (o terceiro maior contingente de emigrantes). Os espanhóis como todos imigrantes europeus - alemães, portugueses e italianos - fugiram da situação de miséria no campo o que os impeliu em buscar novas possibilidades de uma vida melhor.
Nascido e procedente da cidade espanhola de Seijido, província de Pontevedra, Faustino e a família chegaram a Santa Maria onde se localizava o mais importante centro ferroviário do Estado. O espírito aventureiro, a busca de novas oportunidades, a esperança de promissores horizontes, remeteu a família àquela cidade onde havia possibilidades de engrandecimento profissional e crescimento pessoal, entre trens e trilhos.
Por ali a família espanhola iniciou a vida empresarial como empreiteira do ramo ferroviário.  Santa Maria naquele tempo era uma pujança econômica por ser o maior ramal ferroviário do estado, ponto central do trafego de trens. Naquela cidade se estabeleceu em 1898, como arrendatária da rede rio-grandense de ferrovias, a empresa belga Compagnie Auxiliare de Chemins de Fer au Bresil. A companhia na Santa Maria da Boca do Monte construiu 80 residências para abrigar seus funcionários, comunidade que ficou conhecida como Vila Belga, hoje restaurada, faz parte do Patrimônio Histórico Municipal. Nessa vila provavelmente morava uma jovem belga de nome Luiza Debelauprez que tinha a função de cozinheira.
O menino Faustino cresceu, estudou, casou e se separou pelo desquite.

           Surge a empresa Oppitez & Gomes em que seu pai é um dos
           sócios e consegue junto a firma belga, concessionária para a construção e
           execução do ramal da via férrea entre Montenegro e Caxias do Sul, habilitar-
           se para a conclusão da ferrovia em seus últimos 50 quilômetros, entre a vila
           Santa Luiza (hoje Carlos Barbosa) e Caxias do Sul passando por Nova Vicenza
          (Farroupilha).  É o jovem Faustino que vem a ser responsável pela fiscalização
          da obra. Primeiro se estabelece na vila Santa Luiza quando conhece a moça
          belga Luiza que por ali tinha chegado anteriormente e por sua cultura

         européia, transformou-se em professora. Faustino e Luiza se enamoram,                  formam uma família e vem morar em Nova Vicenza e tem como residência um casarão no alto rua Paim Filho com a Julio de Castilhos, onde
         hoje localiza-se um posto de abastecimento de combustível. Encerrado seu
         trabalho de empreiteiro com a inauguração do trecho ferroviário entre
         Montenegro e Caxias do Sul em 1910, Faustino dedicou-se a outras atividades.
        Esse fato, como bem outros acontecimentos históricos de Farroupilha estão no
       excelente livro de Raul Tartarotti, “Farroupilha história de uma cidade” (Ponto &
       Virgula Editora R$ 50,00). O livro de Tartarotti, como o de Alice Gasperin, a
       monografia de Ortenilla Dileta M. Trenti e algumas monografias que se
       encontram na Biblioteca Municipal são a pouca coisa da história farroupilhense.

       

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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Novembro Azul

Faz algum tempo. Há aproximadamente 10 anos realizei o primeiro exame de toque retal para verificação de um possível câncer de próstata. Sempre relutei em fazer esse tipo de diagnóstico, muito pelo constrangimento. A prevenção, o diagnóstico precoce só acontecia pelo exame do PSA.
A primeira vez aconteceu por teimosia e influência de minha mulher. Decidida, severa e enérgica, ponderou para depois argumentar, o receio que tem os homens de procurar um médico, a falta de coragem para vencer seus medos, a vergonha de realizar um exame como o toque retal.
O questionamento de minha mulher para o meu convencimento foi feito ao comentar e discorrer a decisiva vontade das mulheres em saber de sua saúde nem que para isso tenha que submeter ao desconforto das apalpadas nas mamas ou, a incômoda e desagradável posição para o exame papanicolau.
Fui persuadido. Consultei-me com médico especialista e depois passou a ser rotina. A cada ano tudo bem. A cada toque a normalidade da próstata, cada exame do PSA a variação entre 1.5 a 1.8 ng/ml de sangue. O PSA é uma proteína encontrada no sangue cujo nível acima de ng/ml 4.0, pode indicar doenças na próstata.
Pois bem. Dois anos atrás mais uma consulta. O PSA, tudo bem, na baixa medida de sempre, mas no toque retal o médico notou uma incidência: a próstata apresentava tamanho anormal. Poderia ser um engrandecimento puro e simples, um tumor benigno ou câncer.
Necessidade de um diagnóstico mais positivo para saber-se de qual patologia se tratava e por a isso a biopsia.
O estado de ânimo em baixo astral. Tento me persuadir que não há moléstia. Trata-se um exame rotineiro, uma formalidade, reflito e tento acreditar. Mas, no âmago da consciência, na intimidade do id, revela-se tratar-se de uma enfermidade: câncer.
Resultado da biopsia levado ao médico, resultado que informa a necessidade de fazer um exame mais apurado em São Paulo. A indispensável investigação me faz desconfiar, mas do que nunca a certeza: câncer. Foi isso que me comunicou o médico diante do resultado paulista.
Abriu o jogo e me colocou duas opções: cirurgia ou radioterapia. Sua preferência a cirurgia. E assim iria ocorrer, embora eu preferisse a radioterapia – medo. Numa próxima consulta o médico notou meu vacilo diante do procedimento cirúrgico. Na minha frente telefona para seu colega urologista em Porto Alegre e esse indica um médico radioterapeuta. Dias após comecei meu tratamento. Foram 37 sessões de segunda a sexta-feira. Ao final, exame de PSA, primeiro depois do tratamento, 1,2 ng/ml. Três meses após, PSA 0,9. Decorre o tempo, mais consulta e mais exame 0,2. O médico em Porto Alegre me diz para comprar um bilhete lotérico, estava com sorte. O que entendi que estava curado. Recentemente consulta e exame com o urologista em Caxias. Depois de dois anos o nível do PSA deu como resultado menos 0,1. O médico me informou que posso morrer de qualquer coisa, menos de câncer de próstata. Novembro Azul.

Minha mulher perspicaz e insinuante tinha toda a razão (todas as mulheres tem razão) no benéfico e determinante aconselhamento. Obrigado.   

Crônica de uma morte anunciada

Ângela acusa o jovem Santiago de tê-la desonrado. Seus irmãos pelo ignóbil ato praticado, em nome da honra, da dignidade familiar, pela vingança, matam Santiago. A desforra iminente, a represália esperada, a punição pelo crime anunciada, por tudo isso, nada salvaria Santiago de seu funesto destino. Sabia-se que ele morreria, a comunidade tinha conhecimento, de que o crime estava premeditado. Nada se fez.
Esse enredo no livro “Crônica de uma morte anunciada”, texto do magistral Gabriel Garcia Marques, serve de paradigma, o título paráfrase usual, para tudo aquilo que sabemos que irá acontecer, o sentimento premonitório de que uma tragédia possa ocorrer nada se faz, providências para se evitar uma catástrofe não são tomadas.
Relembremos somente duas. Uma ocorrida há pouco mais de dois anos, em Santa Maria e outra recentemente no município de Mariana.
Na primeira, as necessárias precauções contra incêndio, a segurança do público, nunca foram efetivamente e corretamente avaliadas. Deu no que deu: mais de duas centenas de jovens morreram pelo descaso, pelo relaxamento da autoridade pública. Crônica de uma tragédia anunciada.
Na segunda, a ganância de uma multinacional, a voracidade pelos ganhos de capital proporcionou um verdadeiro tsunami de detritos, a mistura de resíduos de metais com perenes rios, compôs um lamaçal destruidor.
O lucro capitalista é maior quando não se tem maiores despesas com a segurança do trabalho, daí, a crônica anunciada da destruição.
No entanto nem todos os acontecimentos desastrosos alinham-se como uma crônica anunciada.
Os terríveis, horrendos e fatídicos atos terroristas não se enquadram como atos anunciados. O máximo de quase uma certeza nesses casos é de que de repente eles podem acontecer, são esperados não se sabe quando, a qualquer momento na surpresa trágica, de supetão sinistro e funesto.
 Assim vivem os parisienses em macabra expectativa. O terror está por perto, sabem que pode acontecer. Quando? Nada está anunciado.
Nesse clima de terror pelo mundo afora me empolga, me arrebata pela estupida violência o que ocorreu durante muitos anos na Colômbia, especialmente na cidade de Medellin, quando Pablo Escobar, histórico e poderoso traficante, com seu terrorismo colocou os colombianos em situação de total estresse. Interessei-me por Escobar por não acreditar que um ser humano fosse capaz de tanto terror, com centenas de assassinatos (inclusive de políticos como dois candidatos a presidência da República, senador e ministro de Estado), derrubada de um avião com explosivos (morreram mais de 100 pessoas), edifícios públicos dinamitados. Todo aquele horror da Colômbia naqueles anos de Escobar poderia ser comparado sem titubear, com as ações terroristas do Estado Islâmico. Interessei-me, para poder acreditar, onde pode chegar o rancor, o ódio, do ser humano para com o próximo.
Li Pablo Escobar, livro do jornalista Alonso Salazar que serviu de base para série Pablo Escobar: O senhor do tráfico, que assisti pela GloboSat. Vi pela Netflix, Narcos. Li o recente livro Pablo Escobar, Meu Pai, escrito pelo seu filho Juan Pablo Escobar. Exclusivamente nesse caso de terror proporcionado por Escobar na Colômbia, o colombiano Garcia Marques deveria acreditar mais do que nunca na crônica de uma terribilidade anunciada.




  

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

RS: mais estrada: BR-2 Caxienses não gostaram / Pedágio coisa antiga

Pois bem. A comunidade caxiense ficou fula da vida quando soube que a BR-2 – a estrada que ligaria Jaguarão, na fronteira gaúcha até o Brasil continental – a principio teve seu traçado delineado passando por São Francisco de Paula, conforme narra Armando Antonello, em artigo publicado em jornal (A Gazeta Farroupilhense, abril de 1971).
O esboço da nova rodovia foi realizado pelo DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagens) cujo diretor o engenheiro gaúcho Yeddo Fiuza, era candidato a presidência da República em 1945, pelo partido comunista (PCB). Os caxienses revoltados não concebiam o delineamento do projeto, sem passar por Caxias e convidaram Fiuza a visitar a região. Informa Antonello que Fiuza, conforme seu interesse, como candidato, aceitou o convite. Escreve Antonello: “Veio, viu e ouviu. Mostraram-lhe os luzentes faqueiros de prata, as gulodices metálicas, e fizeram-no sentir as forças vivas do trabalho e indicaram-lhe o caminho do dever”. Dessa forma, conhecendo a pujança do progresso caxiense, empreendeu um trajeto, com o interesse caxiense, que afinal seria a BR-2, percorrendo Morro Reuter, Dois Irmãos, Nova Petrópolis e Galópolis. Assim a construção da BR-2 (hoje BR-116) ocorreu como desejava a comunidade de Caxias do Sul. O citado artigo de Amando Antonello é intitulado “A próxima inauguração da RS-4” em que trata de modo geral das estradas de rodagem na região mas com detalhe importante: em determinada época (anos da década de 30) já ocorria a cobrança de pedágio. Escreve Antonello, reportando-se a bem antigamente, concernente ao pedágio: “Lá por São Leopoldo, a faixa de cimento à Porto Alegre era autofinanciada pelo pedágio, a razão de 1 centavo a cada 10 quilômetros, num total de 30 quilômetros”. Complementa seu pensamento, o primeiro prefeito de Farroupilha: “Quer dizer que ir a Porto Alegre era empreender uma viagem com pás, picaretas, tabuas, cordas, correntes e pedágio, - quando não viesse o aviso: “O Cadeia não dá passo”. O livro “Governar é abrir Estradas”, publicado pela Associação de Cimento Portland, informa que a estrada entre Porto Alegre e São Leopoldo, construída numa faixa de concreto, financiada pelas prefeituras de São Leopoldo e Gravataí (Canoas na época era distrito de Gravataí) foi inaugurada em 1934. Na ocasião, de São Leopoldo até Farroupilha, a condição da estrada Julio de Castilhos era a mais precária possível, por isso Antonello diz das dificuldades em viajar à Porto Alegre quando até São Leopoldo usava-se ferramentas diversas, saber se em dias de chuva o Rio Cadeia, afluente do Rio Cai, dava passo e além de tudo pagar pedágio. Quanto a inauguração da RS-4 (hoje RS-122), envolvendo pedágio, narra Antonello: “Tocou minha sensibilidade a recente declaração do governador do Estado quando afirma que o governo não pensa em cobrar pedágio nas rodovias ao seu cargo”. Complementa Antonello em seu raciocínio: “Nem pode. O pedágio pressupõe sempre duas amplas faixas de rolamento distintas onde seja absoluta a segurança, total conforto e máxima rapidez. Essa a trilogia do pedágio. Tudo o mais é temerário, incabível”.
Como se observa a privatização de estradas com cobrança de pedágio é tema de antigamente e bem atual.





  

RS: da antiga estrada Julio de Castilhos, a RS-4, o caminho até RS-122

O primeiro prefeito de Farroupilha (1934/37), o jovem Armando Antonello, 32 anos, nascido em 1902, falecido em 1973, com 71 anos, escreveu artigo no jornal “A Gazeta Farroupilhense” (abril 1972) relatando a ligação Farroupilha/Porto Alegre de antanho até aquele ano (1972), texto de importante valor histórico. Escreveu: “Dentro de poucos dias repetir-se-á pela terceira vez a velha caminhada traçada há 96 anos pelo calcanhar da imigração italiana, há 40 anos por Torres Gonçalves através da Julio de Castilhos e agora pelo asfalto através da RS-4”.
Antonello, quando diz que pela terceira vez a velha caminhada traçada há 96 anos, refere-se a primeira caminhada dos imigrantes italianos na subida da serra quase ao final no século XIX. A segunda, a partir de 1903, com o início da construção da estrada Julio de Castilhos. A terceira, nos anos 70, trata-se da construção RS-4 ligando Farroupilha à São Vendelino, hoje com a nomenclatura de RS-122.
 A construção da estrada Julio de Castilhos teve a responsabilidade do engenheiro Carlos Torres Gonçalves que por seu traçado ligaria São Sebastião do Cai à Vacaria.
De forma histórica em série e até mesmo romântica, segue Antonello em seu texto. “A todos esses caminhos marcados pela pata de burro, pela carreta ou pelo asfalto destaca-se a convergência na culminância da encosta: Farroupilha, daí irradiando-se para Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi, Antonio Prado e etc.”.
Em razão disso, ao seu tempo, a Julio de Castilhos de forma ufanista era o paradigma integracional, modelo incomum em estradas de rodagem.
Naquela época, primórdios do século XX, informa Antonello, os automóveis tinham no mostrador o máximo de 60 kms por hora, todavia, velocidade nunca atingida. Diz mais, que ao longo da subida da Julio de Castilhos havia cochos de água para matar a sede da mulada e refrescar os fumegantes Ford, modelo A. O primeiro munícipe em sua deslumbrante retórica prossegue quanto a construção da estrada, destacando o subdesenvolvimento: “A Julio de Castilhos que atravessa montes e vales foi feita toda ela a mão. Nenhuma máquina. O animais de aço não chegavam até nós porque éramos sub-infra-desenvolvidos, mas o meláfiro e o basalto das Antas caíram ante o ímpeto da dinamite e marreta.
Em sua eloqüência, agora critica, afirma Antonello: “Nos gabinetes oficiais, no entanto, preparavam-se novos traçados rodoviários. O pior era de que o que o órgão federal fazia, o estadual nem dele sabia e nossa riqueza andava aos tropeços entre buracos, pedras e poeiras, passos e barcos e vencia mortificada a amargura de uma época diferente até que um dia surgiu a notícia da BR-2, que partiria de Jaguarão e atravessaria o Brasil continental. O Rio Grande do Sul passaria a ter o privilégio de sua fenomenal rodovia, a segunda em importância na economia da Nação. Mas a BR-2 não passaria por Caxias do Sul e sim pelos lados de São Francisco de Paula, contornando as cabeceiras dos nossos mananciais hidráulicos e de vales profundos. O lançamento veio precedido de retumbante noticiário laudatório. Os caxienses não gostaram”.  
 


   

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Câmaras Municipais sem gastos com diárias

As 26 câmaras municipais com gasto zero de diárias
Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Forquetinha, Guabiju, Imigrante, Ipê,Itacurubi, Ivoti, Nicolau Vergueiro, Monte Alegre dos Campos, Morro Reuter, Parai, Picada Café, Pinto Bandeira, Poço das Antas, Pouso Novo, Presidente Lucena, Ronda Alta, São Domingos do Sul, São José do Hortêncio, São José dos Ausentes, Sapucaia do Sul, Tapejara, Travesseiro, Três Coproas,Tupandi.

AS 1O CÂMARAS MUNICIPAIS RS COM MAIORES PERCENTUAIS DE GASTOS NA RELAÇÃO GASTO GERAL DAS CÂMARAS E DIÁRIAS DE VIAGENS DE VEREADORES

IMBÉ: Gasto geral: R$ 2.766.128,20   Gasto com diárias: R$ 282.640,95       10,22%
CAÇAPAVA DO SUL: Gasto geral: R$ 2.553.542,88   Gasto com diárias: R$ 240.865,00    9,43%
TRAMANDAÍ:  Gasto geral: R$ 4.242.225,56   Gasto com diárias:R$ 318.768,70   7,51%
SANTO ÂNGELO: Gasto geral: R$ 4.364.879,58  Gasto com diárias: R$ 308.086,92   7,08%
ROSÁRIO DO SUL: Gasto geral: R$ 3.209.220,94   Gasto com diárias: R$ 203.761,35   6,35%
CARAZINHO: Gasto geral: R$ 3.470.212,43    Gasto com diárias: R$ 181.351,39   5,23%
SÃO GABRIEL: Gasto geral: R$ 4.678,652,53  Gasto com diárias: R$ 226.990,00   4.85%
ERECHIM: Gasto geral: R$ 5.800.387,65  Gato com diárias:R$ 231.847,00  4.00%
URUGUIANA: Gasto geral: R$ 7.122.564,52  Gasto com diárias: R$ 185.005,06  2,60%
GRAVATAÍ: Gasto geral: R$ 16.335.448,79   Gasto com diárias: R$ 207.412,70   1,27%

AS 10 CÂMARAS MUNICIPAIS DO RS COM OS MAIORES GASTOS EM DIÁRIAS DE VEREADORES

Tramandai: Despesas com diárias: R$ 318.768,70   1º lugar
                      Percentual diárias/despesa total 7,51%   54º lugar          
                       Despesa total: R$ 4.246.225,56   34º lugar
                       População: 45.744 habitantes    46º lugar
Santo Ângelo: Despesas com diárias: R$ 308.986,92  2º lugar
                       Percentual de diárias/despesa total: 7,08%  60º lugar
                        Despesa total: R$ 4.364.879,58    32º lugar
                        População: 78.908 habitantes   26º lugar
Imbé:             Despesas com diárias:      R$ 282.640,95         3º lugar   
                        Percentual diárias/despesa total:  10,22%   12º lugar
                        Despesa total: R$ 2.766.128,20     49º lugar
                        População: 19.676 habitantes   110º lugar
Caçapava do Sul: Despesas com diárias: R$240.865,00     4º lugar
                         Percentual diárias/despesa total: 9,43%  22º lugar
                         Despesa total: R$ 2.553.542,88    57º lugar
                         População: 34.6655 habitantes   62º lugar
  Erechim:      Despesas com diárias: R$ 231.847,00    5º lugar
                         Percentual de diárias/despesa total: 4,00%   151º lugar
                         Despesa total: R$ 5.800.387,65      24º  lugar
                          População: 101.752 habitantes     19º lugar
 São Gabriel: Despesas com diárias: R$ 226.990,00    6º lugar
                         Percentual diárias/despesa total: 4,85%   123º lugar
                         Despesa total: R$ 4.678.652,532   30º lugar
                          População: 62.962 habitantes   38º lugar
Gravataí:       Despesas com diárias: R$ 207.412,70     7º lugar
                         Percentual diárias/despesa total: 1,27%     319º lugar
                          Despesa total: R$ 16.335.448,79       4º lugar
                          População:  270.689 habitantes    6º lugar
Rosário do Sul: Despesas com diárias: R$ 203.761,35    8º lugar
                          Percentual diárias/ despesa total: 6,35%   78% lugar
                          Despesa total: R$ 3.209.220,94   46º lugar
                          População: 40.798 habitantes      52º lugar
Uruguiana:      Despesas com diárias: R$ 185.005,60     9º lugar
                          Percentual diárias/ despesa total: 2,60%    218º lugar
                          Despesa total: R$ 7.122.564,52      18º lugar
                          População: 129.580 habitantes      14º lugar
Carazinho:     Despesa com diárias: R$ 181.351,39   10º lugar
                          Percentual diárias/ despesa total:  5,23%    110º lugar
                          Despesa total: R$ 3.470.212,43       42º lugar

                           População: 61.875 habitantes         39º lugar

Cecilia a netinha extremamente sábia

O ciclo da existência começa com o nascimento e acaba com a morte. Nesse meio tempo, num interregno, no ponto médio entre o início e o fim, está a vida. Assim, a vida pode ser conceituada entre o período em que tudo começa até tudo terminar. É a forma extensiva do tempo de existência do ser humano. Viver é ocupar sua porção num espaço com duração de tempo, breve ou longo.
A partir de uma definição de vida a isso se relaciona o porquê da nossa passagem no planeta Terra, de todos seres humanos, do corpo, da matéria, de tudo que um dia voltará a ser pó, do tempo de chegar ao mundo e depois ir embora,  e ainda se eternizar na glória, na bem-aventurança de todos os tempos, como essência imaterial do ser humano, o espírito, em algum lugar que pode ser o Paraíso. Por isso tudo advém uma indagação, um pensamento: qual o sentido da vida?
O sentido da vida constitui um questionamento filosófico acerca do propósito e significado da existência humana, se diz como conceito.
O sentido da vida nos propicia a aquisição da felicidade, almejar e conseguir o amor.
A felicidade humana perfeita só poderia ser encontrada na contemplação da vida, segundo o filosofo grego Aristóteles.
Religiosamente, no cristianismo, o sentido da vida, baseia-se na comunhão com Deus na vida, bem como após a morte.
No judaísmo o sentido de vida consiste na observância das leis divinas, isto é, na reverência perante Deus e sua vontade. 
É rezado claramente no budismo que o sentido de vida para todos os seres humanos é único. Sofremos por causa das paixões mundanas, mas a causa maior de todo nosso sofrimento é por não saber o que ocorrerá a após a morte.
No hinduísmo os conceitos relacionados ao sentido de vida são das mesmas formas diferentes. Para muitos significa uma vida após os tradicionais objetivos de vida: poder, desejo, harmonia moral e finalmente como última meta, a libertação.
 O Islã estabelece como preceito que o sentido de vida é instituído por Deus, não se trata da escolha de cada um de nós.
Exceto as questões religiosas, filosóficas e o maniqueísmo, o sentido de vida tem como objetivo a preservação da espécie, heranças através do modelo biológico.
Ninguém fica para semente, mas o ser humano pode deixar uma semente. Tal quais as plantas espermatófitas, cujas sementes protegidas por uma estrutura transformadas em frutos, o ser humano deixa sua semente em forma de filhos, netos, bisnetos, gerações.  
Assim se dá a continuidade à vida sem a nossa existência, prolonga-se através de gerações, forma-se uma arvore genealógica, antepassados fazem história.
Tenho dois filhos, Carolina e Luis Felipe. Carolina, sexta-feira passada foi mãe e por isso, por ascendência, me presenteou com a minha primeira netinha. Nome dela: Cecília. A pequerrucha nasceu com quase três quilos de peso, 49 centímetros. O detalhe encantador é ser cabeludinha. Sua vasta cabeleireira, outra particularidade, é ter o cabelo profundamente negro. Com Cecília, mais uma geração pela reprodução da espécie.
Assim a vida continua. Uma nova etapa surge com Cecília na perpetuação de uma linhagem familiar.
Cecília tornou-se um nome muito popular na era medieval graças a semi-lendária figura de Santa Cecília, a padroeira dos músicos e da música sacra. Os romanos associavam o nome Cecília às pessoas extremamente sábias. Que assim seja minha netinha, Cecília.












terça-feira, 6 de outubro de 2015

A Farra dos Vereadores: diárias e diárias

Acredite. Até meados dos anos de 1960 o vereador não era remunerado. Desempenhava sua função por idealismo, por um profundo espírito de civismo, devoção pelo interesse público. O tempo passou. A época romântica de vereança, se assim podemos definir, terminou e com isso o sistema ético pela pura vocação, em que a questão pecuniária não tinha qualquer influência, nenhuma importância.
Em período atual vereadores são bem remunerados, fazem da política um meio de vida, questão profissional. Muito provavelmente por isso se explica os gastos excessivos numa campanha eleitoral para o legislativo municipal. Além de bons salários, vereadores podem melhorar seus rendimentos desfrutando algumas benesses como diárias para viagens em que o argumento é a necessidade de adquirir conhecimentos para uma perfeita legislatura. Normalmente os congressos programados, talvez por uma mera coincidência, são realizados em cidades turísticas como Foz do Iguaçu, em estações de águas ou balneários.
Cada Câmara de Vereadores, de acordo com suas futuras despesas realiza previsões financeiras, elabora um orçamento e envia ao Executivo anualmente.
Algumas câmaras preparam o orçamento dentro do estritamente necessário, com ética e respeito ao dinheiro público.
Outras nem tanto. Não respeitam a decência. Erário público serve para gastos exagerados de diárias, pagamentos a assessores que podem ser identificados, muito deles, de fantasmas.
Senão vejamos. O município de Tramandai por sua Câmara de Municipal teve uma despesa total de R$ 4.246.225,56 (2014). Tramandai tem uma população de 45.744 habitantes.  Vale a comparação. Farroupilha tem mais de 68 mil habitantes e a despesa total de sua câmara foi de R$ 2.203.556,33 (2014), ou seja, Farroupilha que tem aproximadamente 23.000 habitantes a mais que Tramandai, entretanto, o município do litoral norte, tem uma Câmara Municipal que gasta R$ 2 milhões a mais que a farroupilhense.
Não foi à toa que num levantamento de dados realizado pelo Ministério Público de Contas (MPC) descobriu-se que Tramandai é a cidade gaúcha que teve os maiores gastos com diárias em viagens um total de R$ 318.768,70. Como paradigma, como diferencial Farroupilha teve uma despesa com diárias de R$ 14.518,16.
Essa farra com diárias é praticada em muitos municípios o que surpreende são os municípios de pequenas populações. O município também litorâneo de Imbé, vizinho de Tramandai, com uma população de 19.676 habitantes, foi o terceiro no estado com gastos de diárias com seus vereadores, um total de R$ 282.640,95. Isso significa na relação de despesas da câmara com os gastos de diárias um percentual de 10,22%. Mais. A despesa total (2014) da Câmara Municipal foi de R$ 2.766128,20. Vale mais uma comparação com Farroupilha. São aproximadamente mais de 48 mil farroupilhenses comparados aos habitantes de Imbé, no entanto as despesas do legislativo imbeense (R$ 2.766.128,20) é superior em exato R$ 562.571,87.    
Por aqui, na região serrana, o município de Bom Jesus, com 11.809 habitantes, teve uma despesa total com a sua Câmara de Vereadores de R$ 861.761,38, gastou com diárias R$ 51.364,50, o que significa na relação de despesas com os gastos de diárias um percentual de 5.96%.
Mais comparações com Farroupilha. A câmara farroupilhense com os gastos de diárias em relação a despesa total, significou 0,66%. Farroupilha tem mais ou menos 57 mil habitantes em relação a Bom Jesus.
Assim a festança com dinheiro público prossegue. Erário publico esta ai para ser esbanjado. Existem Câmaras de Vereadores em que a farra financeira faz a alegria de muitos que desconhecem crise financeira e a econômica inexiste.


terça-feira, 29 de setembro de 2015

Gilmar Mendes: cleptocracia, "PT governo de ladrões"

Setembro de 2011. O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia a votação da Ação Direta de Inconstitucionalidade de autoria da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O objetivo da ação é proibir aos partidos políticos e as campanhas eleitorais, investimentos empresariais.
Na ocasião, a ação foi subscrita pelo presidente da OAB Ophir Cavalcante, simpático ao PSDB, crítico ferrenho dos governos de Lula e Dilma e obstinado adversário do Partido dos Trabalhadores.
O julgamento perdurou por cinco anos. Sessões, debates, manobras, incompreensões e argumentos prós e contras. Numa primeira votação (dezembro de 2013), o primeiro resultado: a favor da proibição 4x0. Na segunda votação (abril 2014) mais dois votos favoráveis ao término de financiamento empresarial para partidos políticos e campanhas. Dessa forma, naquele período, com o resultado parcial (6x0), a Ação Direta da OAB estava decididamente vitoriosa, afinal dos 11 votos no STF, a maioria já havia decidido. Apesar disso, com o processo em andamento, quando tudo já parecia resolvido de antemão o juiz Gilmar Mendes desnecessariamente pediu vista e com isso ganhar tempo. Para quê? Para a irritação de muitos, por vingança pela causa perdida? A interrupção do julgamento demorou um ano e cinco meses.  A chicana proporcionada por Mendes, a postergação ocorrida, provocou irritação e criticas da OAB. Nota divulgada pela entidade na ocasião: “Não é mais tolerável o tempo do poder absoluto dos juízes. Não é mais aceitável a postura intolerante símbolo de um Judiciário arcaico que os ventos da democracia varreram”.
Enfim a votação e julgamento ocorreram e o prenúncio confirmou-se: por oito votos a três o financiamento privado de empresas para políticos e campanhas eleitorais, por ser inconstitucional, fica proibido. O sufrágio final coube ao juiz Gilmar Mendes e demorou cinco horas para argumentar o desnecessário, tempo dispensável e perdido, justamente porque não havia mais fundamentos para questionar uma matéria já decidida. Em plenário, Gilmar Mendes sempre apresentava fortes reações emocionais, em embates com seu colega Joaquim Barbosa.
Esse comportamento ficou mais marcante depois de sua desilusão jurídica, de sua causa perdida no tribunal, através de entrevistas.
Ele disse que a Lava Jato interrompeu o que classificou de plano perfeito para o PT se eternizar no poder e afirmou que o partido instalou o modelo da cleptocracia, palavra de origem grega que significa literalmente “governo de ladrões”. O PT se defendeu repelindo os impropérios e afirmou ser mais um destempero do juiz.
Gilmar Mendes foi indicado pelo presidente Fernando Henrique (PSDB) e naturalmente tem ligação tucana. Pelas manifestações públicas do juiz é evidente que em qualquer julgamento na suprema Corte envolvendo o Partido dos Trabalhadores um voto já está declarado contra o partido, a não ser que Mendes se julgue impedido.
O citado juiz conforme outra nota da OAB assinalou que teve uma atuação arbitrária, grosseira e incorreta quando se retirou do plenário no momento em que um advogado usou a palavra. Em outro pronunciamento do citado juiz a OAB foi envolvida, quando disse que a entidade não poderia virar aparelho político, no caso do PT.
O juiz, certamente, como ex-advogado deve ter a carteira da OAB e então, não seria o caso de estar a serviço do aparelho político tucano.  
                                                            *** ***
O ex-goleador e gremista Jardel marcou gol contra, contra o povo gaúcho, ao ser voto decisivo pelo aumento do ICMS. A princípio indeciso, no momento da votação se decidiu pelo aumento. Deputado do PMDB e torcedor, ex-dirigente colorado, disse que Jardel marcou o maior gol de sua vida.   



segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Afinal: quem é você? Pobre coitado?

- Hei...hei...você...quem é você? Alguém pergunta.
- Quem? Eu? Responde surpreendido com outra pergunta o passante.
- Sim, você mesmo. Quem é você, repito?
- Eu? Eu sou brasileiro, trabalhador e por isso faço parte do proletariado.
- Então ideologicamente é comunista ou socialista, ou as duas coisas?
-Nada disso, sem discussão, não entro em controvérsias. Sei apenas que sou sofrido trabalhador, proletário a serviço do capitalismo, que gasta seis horas de seu tempo em transporte, entre idas e vindas da minha casa ao local de trabalho. Passo 14 horas fora de casa das 24 do dia. Sobram 10 horas para vivenciar o aconchego do lar com a família e dormir. É preciso.  Amanhã é outro dia. O sofrido cotidiano continua. O rigoroso sistema de sobrevivência assim exige.
                                                              *** ***                                                                  
Eu...quem sou eu? Sou brasileiro, desempregado, digno de pena. Uma desgraça. Bato perna de um lado para outro na busca de trabalho. Deixo o currículo nos lugares possíveis onde possa haver uma vaga. Já faz tempo e nada consigo. Ando meio desesperado. Meu sustento atual é o seguro desemprego, mas seu prazo de validade está se esgotando. Faço economia. Gasto estritamente o necessário para a condução. Almoço em restaurantes populares. Compro no fiado, tudo anotado no caderno do mercadinho. Algo intocável é o dinheiro guardado e sagrado para pagar a conta no fim do mês. O quê? Cartão de crédito? Esquece. Pobre não tem condição de ter esse luxo. Preciso de um emprego urgentemente. Se assim não for, não sei o que farei. Uma certeza: não serei desonesto.
Como é que é? Minha mulher também desempregada? Nem sei se tem emprego para ela. Se tivesse nada adiantaria. Mais do que um emprego ela tem uma obrigação: ficar em casa e tomar conta dos quatro filhos menores. Trabalhar, difícil. O poder público não oferece creche.
Vida difícil, resignação, submissão as dificuldades. Fazer o quê? Desistir?  Impossível. A vida segue acompanhada de sentimentos inditosos, de infortúnios, coitada vida, sem esperança, sem futuro.                                            
                                                             *** ***
Quem é você? A indagação desta feita é dirigida para mais um infeliz, um desventurado, de martirizada vida. Tímido, sem muitas palavras diz,
quase laconicamente: “Quem sou eu? Adianta responder? Acho que não. Sabe por quê? Porque eu sou nada.
O interpelado nada mais disse, talvez por não ter argumento, provavelmente por não se saber expressar melhor, certamente vergonha.
O sociólogo define: “É o típico brasileiro de vivência miserável, indigente de pobreza extrema”.

Gente que tem sobrevida confiada ao programa da Bolsa Família e aos favores humanitários. Vive dentro de uma coisa que não se pode dizer que se trata de um barraco, casebre, choça ou tugúrio. Trata-se mesmo veridicamente de uma coisa, feita de papelão, sustentada por restos de madeira apodrecida, localizada na periferia, nos confins de uma favela, que os antropólogos socialmente e delicadamente chama de comunidade. Lugar de perigo que está por todos os lados, de conflitos entre policiais e bandidos.  Região que tem escola, mas que muitas vezes não tem aula pela razão da professora ter sido assaltada ou o mais trágico: não há aula porque um coleguinha foi atingido por bala perdida. Na violenta comunidade - eufemismo para favela - sobrevivem os sofridos, resignados e desesperançados brasileiros. Assim de forma lastimável é a vida que segue. Esse indigente e miserável tipo de existência “você conhece”? Certamente não. Razão. Você é um privilegiado nesse mundo de miséria para uma grande maioria. 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

IBGE, estimativa populacional: as 30 cidades mas populosas do RS e as mais populosas da Serra gaúcha

O modelo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para projetar a população emprega metodologia desenvolvida onde se observa a tendência de crescimento populacional entre dois censos demográficos contínuos.
Dessa forma, a população de Farroupilha atualmente, conforme divulgação tem a estimativa de 68.562 habitantes, aumento de 532 (0,8%) em relação ao ano de 2014 que tinha a estimativa de 68.030 habitantes.
O censo de 2010 revelou a população farroupilhense de 63.635 habitantes, um crescimento populacional em relação a estimativa de 2015 de 4.927 habitantes, percentual de 7,2%.
Um total de 1.364 (24,5%) municípios apresentou taxas de crescimento negativas, ou seja, redução populacional de 2014 para 2015.
2.930 municípios, mais da metade (52,6%), apresentaram crescimento que variou entre 0,0% e 0,9% e 271 municípios (4,9%) apresentaram crescimento igual ou superior a 2,0%. Apenas 65 municípios apresentaram crescimento acima de 3,0%
Farroupilha é a 30ª cidade de maior população no estado, a terceira na região.
Ainda, com respeito a região, Caxias do Sul com 474.853 habitantes é 46ª cidade brasileira mais populosa, Bento Gonçalves com 113.287 habitantes é a 267ª no ranking nacional. A população brasileira projetada nesse ano é de um pouco mais de 204,5 milhões de habitantes. No Rio Grande do Sul estimada em 11 milhões e 207 mil habitantes, o quinto estado em população atrás de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.
O Rio Grande foi o estado que menos cresceu com sua população no país, taxa de 0,36.
Porto Alegre com 1.476.867 habitantes é a 10ª capital em população no país.
A região metropolitana de Porto Alegre é a quarta no país com 4.258.962 habitantes atrás de das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.


As cidades da região serrana de maior população
  Posição
Cidade
População
       1ª  
            Caxias do Sul
      474.853
       2ª
            Bento Gonçalves
       113.287
       3ª
            Farroupilha
          68.562
       4ª
            Vacaria
          64.857         
       5ª
            Canela
          42.411
       6ª
            Gramado
          34.605
       7ª
            Garibaldi
           33.131
       8ª
            Flores da Cunha
           29.196
       9ª
            Nova Prata
           25.057
      10ª
           Veranópolis
           24.686
      11ª
           S. Francisco Paula
           21.551
      12ª
            São Marcos
           21.204
      13ª
            Nova Petrópolis
           20.416
      14ª
            Antônio Prado
           13.285
      15ª
            Bom Jesus
           11.797

Os municípios de menores populações na Serra são Pinto Bandeira 2.824 habitantes; Campestre da Serra 3.392; Vila Flores 3.363; São José dos Ausentes 3.470.

Os 30 municípios gaúchos mais populosos
      Posição
              Município        
     População
           
          Porto Alegre
   1.476.867
           
          Caxias do Sul
      474.853
           
          Pelotas
      342.873
           
          Canoas
      341.343
           
          Gravataí
      272.257      
            6ª 
          Santa Maria
      276.108
           
          Viamão
      251.978
           
          Novo Hamburgo
      248.694
            9ª
          São Leopoldo
      228.370
          10ª
          Rio Grande
      207.860
          11ª
          Passo Fundo
      196.652
          12ª
          Sapucaia do Sul
      138.357
          13ª
          Uruguiana
      129.652
          14ª
          Santa Cruz do Sul
      126.084
          15ª
          Cachoeirinha
      125.975
          16ª
          Bagé
      121.749
          17ª
          Bento Gonçalves
      113.287
          18ª
          Erechim
      102.345
          19ª
          Guaiba
        99.029
          20ª
          Cachoeira do Sul
        85.712
          21ª
          Esteio
        83.984
          22ª
          Santana do Livramento
        82.968
          23ª
          Ijui 
        82.833
          24ª
         Sapiranga
        79.560
          25ª
         Santo Ângelo 
        78.976
          26ª
          Lajeado 
        78.846
          27ª
          Alegrete
        78.499
          28ª
          Santa  Rosa
         72.240
          29ª
          Venâncio Aires
         69.859
          30ª
          Farroupilha
         68.562

Os municípios brasileiros menos populosos
- O município brasileiro de menor população é Serra da Saudade (MG) estimada em 818 habitantes.
- Outros dois municípios têm população inferior a mil habitantes: Borá (SP) com 836 habitantes e Araguainha (MT) com 976 moradores.
- No Rio Grande do Sul o de menor população é de André da Rocha com 1.283 habitantes, o décimo município com menor população no país.
- Mais dois municípios gaúchos estão entre os 15 de menor população: Engenho Velho, 1.397 habitantes é o 13º e União da Serra, 1.413 habitantes, o 15º no ranking nacional.