quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Natal: Jesus ou Emanuel

Quatro semanas antes do Natal a igreja católica prepara-se para a festividade natalina.
Trata-se de um período litúrgico, religioso e cristão, chamado de Advento que significa a vinda e ou chegada de alguma coisa, de alguém, no caso a vinda de Jesus Cristo, verificada em Belém.
A característica desse tempo, com o qual começa o ano eclesiástico, é a purificação como preparação para receber aquele que está porvir.
O Advento tem como representação uma coroa, concebida em regiões evangélicas no norte da Alemanha, no século 19, maneira pela qual se anuncia a festa de Natal.
 A grinalda é um enfeite em forma circular (no círculo não há princípio nem fim, revela a eternidade), composta por ramos verdes entrelaçados do abeto (arvore da família dos pinheiros), verde que nos remete à esperança, á vida.
No centro do adorno quatro velas significando as quatro semanas do tempo do Advento, que se acendem uma após outra nos quatro domingos daquelas semanas.
O acender das velas determina a gradativa e progressista aproximação da vitória da luz sobre as trevas (nascimento de Cristo).
Das quatro velas, originariamente três são de cor roxa e uma cor de rosa, seguindo a cor das vestes litúrgicas sacerdotais.
A cor roxa é utilizada em três domingos e marca a conversão e penitência. A cor rosa usada no terceiro domingo sinaliza a alegria pela expectativa da chegada de Jesus.
No Brasil as velas são de cores diversas determinando o amor e a alegria.
As velas são circundadas, envolvidas por uma fita de cor vermelha significando o amor por Jesus.
Advento, preparação para o nascimento de Jesus ou Emanuel.
Emanuel é o nome que se originou do termo hebraico Immanuel, Immanu que significa conosco e El que quer dizer Deus.
Portanto Emanuel é a forma de dizer que “Deus está conosco”.
Esse nome é conhecido por ser umas das formas para chamar Jesus Cristo conforme profecias messiânicas descritas pelo profeta Isaias no Antigo Testamento da Bíblia.
Isaias exclama, profetizando quase 800 anos antes do nascimento do Salvador: “Uma virgem conceberá à luz a um filho e o seu nome será Emanuel”.
No Evangelho segundo São Mateus, nascimento e Infância de Jesus Cristo: “Maria sua mãe estava desposada com José. Antes de coabitarem (naquele tempo somente um ano depois do casamento o casal poderia viver junto) aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. José seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la resolveu rejeitá-la secretamente.
“Ela dará a luz a filho, a quem dará o nome de Jesus porque ele salvará o seu povo de seus pecados”.
Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta Isaias.
Jesus é outro nome hebraico significando “Salvador”, figura central do Novo Testamento, fonte da religião cristã.
É o filho de Deus que desceu à terra para cumprir as profecias do Velho Testamento, quando Jesus era chamado de Emanuel.
Jesus ou Emanuel, enfim para todos nós, Feliz Natal.   
 

   

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

MUITA CALMA NUMA HORA DESSAS

Em certa ocasião, um nome próprio não usual, me chamou atenção, Têmis. Na época não havia o sabe tudo Google. A curiosidade a ser satisfeita foi por intermédio de enciclopédia. Então lá encontro: Thémis, no grego, trata-se de uma divindade mitológica, deusa dos juramentos, dos homens e da lei. Deusa da Justiça e ordem.
A imagem da Justiça brasileira é representada pela escultura de Têmis na frente do prédio do STF. Na iconografia há três elementos tradicionais. Lá está Têmis com os olhos vendados para indicar imparcialidade, empunha a balança, imóvel e nivelada, denotando equilíbrio, segura a espada para demonstrar o poder da Justiça.
Imparcialidade, equilíbrio e poder não estão sendo significativos no STF. Há claramente decisões políticas, determinações em que resplandece a ostentação e fatuidade. Um placar de 6x0 (Renan Calheiros não pode assumir a presidência da Republica por ser réu), quando tudo parece decidido, um ministro pede vistas ao que parece para proteger Renan. Outro ministro, em represália ao colega, concede liminar para a mesma questão. Outro ministro com jeito de tucano e exibicionista é protagonista no jogo de vaidades.  
As patacoadas do Supremo, a jactância de alguns ministros, estão em desacordo com os símbolos da Justiça. A espada do poder, nada significa diante da insolência desafiadora e desobediente de Renan Calheiros não atendendo uma intimação judicial. Certamente a balança balançou, perdeu o nível, ficou desequilibrada. Por tudo isso Têmis está com os olhos vendados por vergonha ou para não enxergar a cara de Renan.
Essa encrenca entre os três poderes (executivo, legislativo e judiciário), pode dar motivo aos 30 aloprados tresloucados a quebrar portas, invadir a Câmara dos Deputados, bagunçar, provocar baderna em nome do fechamento do Congresso, do retorno do militares e Bolsanaro para presidente. É preciso muita calma numa hora dessas.
                                                     *** ***
Excelente o artigo de Paulo Afonso Schneider (O Farroupilha, 2 de dezembro). Descreveu a Cuba de Fidel Castro pela pujança na educação, saúde e lidas esportivas. Faltou falar sobre a música esplendorosa cubana.
Da salsa, rumba, chan chan, da maravilha musical do Buena Vista Social Club, de artistas como Ibrahim Ferre, Company Segundo Omara.
Consternados milhares de cubanos acompanharam os atos fúnebres de Fidel. Não longe dali, em continente americano, Miami, cubanos (seriam mesmo ou americanizados) vibravam, plena alegria pela morte de Fidel. Muito deles provavelmente perderam tudo quando o déspota Fulgêncio Batista derrotado fugiu de Cuba. Gente que ganhava dinheiro com o dinheiro sujo de americanos da máfia, cassinos e pelos prostíbulos servindo de locais para a degradante prostituição.
                                                      *** ***
Essa semana radialista de uma rádio de Chapecó falando sobre o trágico acidente da Chapecoense em que um colega faleceu, disse:

“ 48 minutos do segundo tempo, três minutos de acréscimo o goleiro Danilo faz sensacional defesa. Defesa que deu a classificação a final da competição sul-americana. Se não acontecesse a defesa,  aconteceria o gol adversário, a desclassificação e não aconteceria a tragédia”. Ironia do destino. 

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Misericórdia para os brasileiros

Gosto da palavra misericórdia, uma doçura. O sabor pode ser inusitado, mas me faço compreender. Entendo como uma palavra cativante, carinhosa, caridosa, muito mais que tudo nobre, e assim, por que não, bonita. O substantivo de misericórdia merece, em seu significado, a adjetivação de bonito e todos os seus correlatos.
Misericórdia é o sentimento de solidariedade com alguém que sofre uma tragédia pessoal, que caiu em desgraça ou pela miséria alheia.
Ensinam os compêndios que etimologicamente misericórdia tem origem latina formada pela junção de miserere (ter compaixão) e cordis (coração).
O afeto pela palavra vem desde o tempo do catecismo, com a oração: Salve Rainha, mãe de misericórdia, vida doçura, esperança nossa, salve...
O carinho, a lembrança para com a misericórdia não é circunstancial, ocasional. Esse ano encerrou-se o Ano Santo da Misericórdia, ano Jubilar. A celebração do Jubileu se origina no Judaísmo. Jubileu consistia em uma comemoração de um ano sabático, com um significado especial desta feita, ratifica-se, o Ano Santo da Misericórdia. Ano, mais do que nunca do perdão, da benevolência, graça e clemência, da indulgência.
Misericórdia é a aptidão pela sensibilidade, a capacidade de percepção do sofrimento alheio, ser solidário com sofridas pessoas.
Misericórdia é a exclamação usada quando deparamos com uma situação de desespero, de sofrimento, da desgraça.
Misericórdia nos faz ter compaixão dos familiares, parentes dos trágicos protagonistas de uma tragédia, como aconteceu recentemente com a delegação de futebol com a Associação de Futebol Chapecoense.
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Misericórdia é pronunciada as vezes seu nome em vão.Por exemplo na boca do ex-deputado, ex-presidente de um dos poderes da República, o agora presidiário Eduardo Cunha (PMDB)  quando expressou-se no julgamento de Dilma com a seguinte frase: “Tenho misericórdia do povo brasileiro”.
Misericórdia fica fora do contexto, de sua etimologia para com Cunha. O povo brasileiro não é nada misericordioso com corruptos.
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O povo brasileiro é misericordioso, mas tem tanto. Não pode ter misericórdia de um político presidente do outro poder (senado) Renan Calheiros (PMDB) que se nega a receber uma intimação judicial, afrontando a lei, lá no planalto, onde fica Brasília (aqui na planície o cidadão desobediente é preso imediatamente).
Não pode ter misericórdia o povo brasileiro com o poder judiciário, com o STF, participante de um conchavo, do acórdão com o legislativo e executivo, resultando segundo entendimento de “chefs de culinária”, da maior pizza da política brasileira com forte tempero da PEC-55.
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Sofrido povo brasileiro merece misericórdia com a política de Renan, Michel, Lobão, Padilha, Gedel, Barbalho, Romero Jucá entre outros (todos dos PMDB). O Renan que não é misericordioso, deve ter muito borogodo. É o Sarney da atualidade na política nacional. Serviu a diversos governos (FHC, Lula, Dilma). Por tudo isso, por impressionante influência em todos os poderes, deverá o próximo candidato do PMDB, a presidência da Re pública. Ahh... Quanto aos 12 inquéritos a responder na Justiça provavelmente será absolvido pelo STF (há exemplo recente). Mais misericórdia.
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O senador Jorge Viana (PT), vice-presidente do Senado, foi um dos  interlocutores co cos ministros do STF para o entendimento do acórdão.
O PT será misericordioso com o senador?

 


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

TROÇO ESQUISITO; ELEIÇÃO NA TERÇA-FEITA

 A indicação do dia, mês e ano, para a realização das eleições brasileiras, variava a cada período e por isso mesmo sem uma data determinada, fixa, para cada eleição programada.
As eleições no tempo da República Velha (1889-1930) eram realizadas na data de 1º de março e a posse do presidente eleito ocorria em 15 de dezembro.  Em 1930 encerra-se o período democrático, não há mais eleições. Ocorre a revolução de 1930, que destitui o governo democrático. Revolução que tem como líder Getulio Vargas. Vargas se torna ditador, tem o poder autoritário, a tirania, a liberdade é reprimida,
Evidentemente, não há mais eleições.
Esse período de opressão durou 15 anos. Terminou em 1945. Na redemocratização eleições, livres e diretas, realizadas em 2 de dezembro daquele ano. O marechal Eurico Gaspar Dutra é eleito presidente.
Prossegue o regime democrático. Retorna ao poder Getulio Vargas, eleito democraticamente pelo voto do povo.
A eleição foi marcada para o dia 3 de outubro, data escolhida em homenagem a revolução de 3 de outubro de 1930, na verdade cortesia particular do presidente eleito Vargas ao ditador Vargas.  
Pode ter sido uma coincidência, pois a eleição do dia 3 de outubro a posse do dia 1º de janeiro, a exigência legal do prazo de 90 dias.
Durante muitos anos as eleições desenrolavam-se em 3 de outubro, não importando o dia da semana, mesmo sendo dia útil: era feriado nacional.
Aconteceu na eleição de 1955, Juscelino Kubitschek. Em 1960 eleição fez de Janio Quadros também presidente.
Esse período de plena democracia de quase 20 anos encerrou-se abruptamente com o golpe militar de 1964. A ditadura dos militares interrompeu a liberdade e concomitantemente o mais soberano e universal direito: o voto direto para a escolha do presidente da nação.
Se no período de exceção não se elegia presidente diretamente, havia eleições majoritárias e proporcionais a partir de 1966 no feriado de 15 de novembro (Proclamação da República).
Depois de eleições indiretas para presidência, o retorno as eleições com voto direto. A última, no dia 3 de outubro, ocorreu eleição de Fernando Henrique Cardoso para presidente em 1994.
Em 1997 eleições passam a ter data fixa: primeiro domingo de outubro.
                                                        *** ***
Nos Estados Unidos a data das eleições é curiosa e surpreendente. Devido a uma lei federal de 1845, a data das eleições americanas foi fixada. Naquela época o calendário era caótico e com datas instáveis. A lei uniformizou o dia da eleição para todo o país. Ficou datada assim:
 “primeira terça-feira depois da primeira segunda-feira de novembro”.
Explicações: o dia primeiro de novembro descartado para um país religioso: Dia de Todos os Santos. No primeiro sábado ou no domingo fora de cogitação por questões religiosas (sábado judeus; cristãos, missas e cultos) Na primeira segunda-feira, em carruagens e cavalos, tempo a percorrer para votar na primeira terça-feira.
A tradição mantém a terça-feira. Mas a modernidade poderia mudar o dia, votar num domingo.


  


domingo, 27 de novembro de 2016

ELEIÇÃO AMERICANA: perde quem ganha quem perde

 Entenda: perde quem ganha, ganha quem perde
O sistema eleitoral americano é estranho, de difícil compreensão, além de injusto e antidemocrático. Trata-se de uma confusa situação em que o voto popular, a votação direta de milhões eleitores, perde para um colegiado eleitoral de 580 delegados, que de forma indireta elege o presidente. Foi o que aconteceu na recente eleição nos Estados Unidos: a democrata Hillary Clinton teve o maior número votos populares, mas perdeu no colégio eleitoral para o republicano Donald Trump.
A eleição indireta nos Estados Unidos tem como propósito evitar que os candidatos ignorem os estados pequenos e áreas rurais, em detrimento as grandes cidades, o que obriga os candidatos a percorrerem quase todo o país.
Mas esse propósito na prática não é atingido. Na última eleição americana observou-se que as campanhas se concentraram em estados que não são por tradição fieis a determinado partido, onde a tendência varia entre democratas e republicanos.
Decididamente os candidatos não percorrem todo o país. O candidato republicano não visita a Califórnia porque por tradição os votos são dos democratas
De outra feita, o candidato democrata não perde tempo em comparecer ao Texas por saber que os votos são republicanos.
Cada estado tem determinado número de delegados pelo tamanho da população e representantes no Congresso, senadores e deputados.
Trata-se de um processo eleitoral que tem duas fases, por isso, longo e cansativo. Na primeira fase inicia-se o processo de indicação dos delegados para Convenção Partidária, ou eleições primárias. Candidatos são lançados e concorrem entre si, escolhidos pelo voto dos eleitores.
Na segunda fase os eleitores retornam às urnas para votarem em seus candidatos, meio pelo qual indicam aos delegados - pelo voto popular eleitos na primeira fase - que irão representá-los na votação indireta, em quem votar no Colégio Eleitoral. O eleitor do Partido Republicano ou o Democrata está realmente ordenando que o delegado vote no candidato escolhido. Dessa forma os votos dos eleitores não são creditados diretamente ao seu candidato. Os votos são destinados a um delegado que indiretamente votará no candidato determinado.
Importante que os delegados escolhidos, são fieis aos eleitores no Colégio Eleitoral e assim a obrigatoriedade de seguir o voto popular. Em alguns estados os integrantes do Colégio Eleitoral são obrigados a seguir o voto popular. Em outros são livres para votar como quiserem, mas na prática isso não acontece.
São 580 delegados designados. O candidato a ser eleito necessita de 270 votos.
A proporção dos delegados por estado é determinada pela população, pelo número de senadores e deputados no Congresso.
Na eleição americana a determinação final dos votos de cada estado é absoluta e não proporcional. Somente em dois estados existe essa proporcionalidade (Maine e Nebraska). Mesmo que um candidato derrote ao republicano, ou vice versa, por exemplo, 55% a 45%, não há proporcionalidade. De forma absoluta todos os votos serão destinados ao candidato de maior percentual.
                                                                 *** ***
 Imagine-se esse sistema de eleição no Brasil. Pelo voto direto, o eleitor escolhe o seu candidato para presidente. O delegado que irá representá-lo na votação indireta deve votar no candidato escolhido pelo eleitor.

Com tanto Mensalão e Petrolão é bem possível que mude seu voto 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Hitler, Mussolini e Trump

O atual conjunto de transformações com a globalização na ordem política ocorre, foi criado, por um fenômeno caracterizado por uma ferrenha doutrina conservadora, pelo nacionalismo exacerbado, pela agudeza de espírito da direita populista.
O presente estado de coisas nos remete ao passado, as lembranças de um desvairado e bestial tempo na história. Período da brutalidade criminosa de Adolf Hitler, da ferocidade assassina de Benito Mussolini.
Fim da Primeira Guerra Mundial. A Alemanha que entrará na guerra como uma potência imperialista ( os Estados Unidos de hoje), toda orgulhosa, cheia de presunção, saiu dela derrotada, endividada e arruinada.
O calamitoso processo econômico enfrentado pelos alemães decorrente de enormes indenizações pagas, o marco alemão em declínio, a hiperinflação, tudo isso teve um efeito devastador. Esse infortúnio econômico, uma desdita nos anos subseqüentes, teve como resultado o caos. A confusa e sem solução economia alemã provocou na política uma grave crise com situações extremadas de golpes da direita e esquerda.
Um jovem por sua bravura, ferido duas vezes, condecorado como herói e por suas proezas guerreiras, no vazio de uma crise surgiu no cenário político Adolf Hitler, imposto, situado, colocado como líder populista.
Fundou o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores e com ele surgiu o Nazismo. Deu no que deu. A história conta os horrendos acontecimentos de Hitler, do Nazismo.
Fim da Primeira Guerra Mundial. A Itália tragicamente contabiliza um saldo doloroso de  700 mil mortos e 500 mil feridos. Conta pelo lado contábil dívidas enormes junto a bancos estrangeiros. Fome e desemprego são fenômenos devastadores. Operários e camponeses em total pindaíba afetados pela crise que redunda em agitação social.
A complicada situação, a conjuntura difícil e perigosa oferece o oportunismo. No vácuo da crise econômica e política surge Benito Mussolini e com o seu Partido Nacional Fascista e se oferece como representante para solucionar os problemas sociais da Itália. Tem a intenção de acabar com greves operárias e com as agitações socialistas, o que agradou em muito aos conservadores, a direita reacionária.
Deu no que deu. Nos anais da história italiana o registro de um período medonho.
Acreditamos que não possa se repetir tão infaustos acontecimentos dos períodos de Hitler e Mussolini. O mundo de hoje, a globalização, não permite mais acontecer trágicos sinistros de antigamente.
Porém no contexto político, econômico e social há algumas ilações com o passado. O nacionalismo, o predomínio dos conservadores, o exultante domínio partidário e ideológico de regimes à direita.
Na Inglaterra o nacionalismo inglês com o Braxit, na França o fascismo com a família La Pen, na Itália, Espanha o recrudescer da direita.
Agora Donald Trump. Trump não se trata de nenhum Hitler ou Mussolini, mas tem ideias parecidas, comportamento quase idêntico. Igual aos dois líderes repulsivos predomina o preconceito, racismo, a intolerância com os imigrantes mexicanos, o repúdio aos muçulmanos (com Hitler os judeus).
Xenófobo Trump pretende acabar com acordos comerciais com Japão e China. Assim em estradas americanas não se encontrará Toyotas rondando, nas lojas não mais miudezas chinesas.
Sexista quanto ao gênero feminino, no entanto pelo assédio sexual costumava bolinar as mulheres e casou três vezes. Portanto com Trump misoginia nem tanto.
 Trump faz parte de um mundo em transformação para pior com ideias arcaicas, pensamentos anacrônicos, ações obsoletas.

   

Absurdos da eleição proporcional

A eleição proporcional é antiga. Surgiu na Europa no fim do século XIX. A finalidade do voto proporcional é obter uma melhor e maior representação dos partidos políticos junto ao poder legislativo. O importante é a coletividade da agremiação política e não a individualidade do candidato. O fato é comprovado quando um partido de boa votação elege um candidato de menor votação relacionada a outros candidatos.
O voto proporcional é o sistema eleitoral escolhido pela maioria dos países, o mais utilizado pelas democracias no mundo.
A eleição proporcional se apresenta em muitos resultados como uma vilã, coisa abjeta, injusta, porque não desequilibrada, muitas vezes como uma excrescência.
Muitos são os comentários críticos. Sistema em que o eleitor vota em determinado candidato, mas pode estar contribuindo para eleger outros candidatos, desconhecidos, aqueles pelos quais não tem a mínima afinidade, embora pertençam ao mesmo partido ou coligação.   Isso ocorre porque na proporcionalidade o voto não é contado apenas para o candidato, mas também para o partido ou coligação.
As vagas às câmaras serão distribuídas em proporção aos votos obtidos pelos partidos e coligações, preenchidas pelos candidatos mais votados.
O preenchimento dessas vagas é feito por cálculos do quociente eleitoral e quociente partidário, como também na distribuição de sobras.
O número total de votos válidos de cada agremiação é que define a quantidade de vagas as quais a legenda terá direito.
É a partir daí, com esse sistema, que se elege o deputado ou vereador, quando entra a aritmética para calcular os quocientes, quando a matemática elege algum candidato com um menor número de votos.
Por tudo isso em muitas eleições proporcionais ocorre a incoerência, o contraditório. Em eleições proporcionais farroupilhenses aconteceu aquele injusto fenômeno eleitoral e não foi diferente nesse ano.
Na recente eleição para a Câmara Municipal o candidato eleito pela proporcionalidade com base em cálculos de quociente eleitoral e partidário, somou menos votos do que qualquer um dos primeiros cinco suplentes e 194 a menos que o primeiro suplente   
O sistema de eleição proporcional provocou com alguns resultados delírios, esquizofrenias eleitorais Em eleição passada o candidato a deputado federal Enéas com sua exuberante votação levou consigo para Brasília quatro candidatos de baixas votações, um inclusive com menos de mil votos. Mais recentemente Tiririca, com espetacular votação elegeu para a Câmara Federal, três candidatos com votações inferiores a dezenas de outros candidatos.
O fim desses absurdos eleitorais parece terminar. Na quarta-feira o plenário Senado Federal aprovou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que acaba com coligações partidárias nas eleições proporcionais. É meio caminho avançado.
                                                          *** ***
Concernente a coluna da semana passada “Resenha Eleitoral”, os números estão corretos em seu aspecto estatístico. Serão aqueles números que estarão nos anais da história eleitoral, nos arquivos implacáveis da política de Farroupilha.
                                                      *** ***
O voto nulo é direito inconteste e democrático do eleitor. Sua escolha. Ruim, sem ser sua decisão, o eleitor ter seu voto anulado peremptoriamente pela Justiça eleitoral, em razão de deslize de outrem.


Eu, o ID, EGO e o SUPEREGO

Qualquer questão que envolva a família (eu e minha mulher) é resolvida pela troca de ideias, com  boa conversa, confabulações, que leva a uma fácil compreensão e assim sendo sem jamais chegar a discussão.
Essas questões envolvem as mais simples, como por exemplo, ela me indagar se fica elegante com determinada roupa. Por minha parte, para satisfazer melhor meu intimo, pergunto se a cor da camisa é adequada.
Nem sempre o dialogo é frugal. Em certas ocasiões é denso, necessitando meditação, complicado de muita reflexão, como o assunto a seguir.
Perguntei-lhe sobre o texto da minha famigerada coluna de passado recente. Leu e tudo lhe pareceu normalíssimo justamente por não conhecer preâmbulos da questão política envolvida.
Depois de saber da repercussão, do crasso erro cometido, abalado, constrangido, expliquei tudo a ela e lhe disse que o publicado talvez interferisse na minha credibilidade e conceito junto aos leitores, finalidade motivadora do meu trabalho.  
Senti-me confuso e perturbado com minha “barrigada”, motivo de possível afastamento do convívio semanal com os leitores.
Definida, primeiramente minha mulher recomendou a busca da informação precisa e assim redimir-me com uma retratação, o que decididamente foi feito.
Quanto ao possível afastamento de minha função jornalística a opinião racional e objetiva dela: “Trata-se de uma questão estritamente pessoal”.
Sendo assim, é tudo comigo. No meu âmago, o começo do debate, a questão única no meu íntimo de fundo psicológico, envolvendo uma tríade, a famosa trindade do cientifico estudo dos fatos comportamentais e mentais: Id, Ego e Superego.
Primeiramente no subconsciente salienta-se e não poderia ser diferente ID. Instintivo, de reações inesperadas, cheio de energia, de desejos sem muita racionalidade ou se houver, ao seu gosto. Impulsivo busca solução imediata. Com ele não há fantasias, farsas descartadas, prevalece a verdade imediata ao seu feitio.
Acusa: “Tem mais que se afastar”. Como Id não tem conhecimento do juízo, da lógica, dos valores humanos, de qualquer aquiescência, com duras palavras, sem qualquer inibição diz: “Fez a “cagada” pague por isso, caia fora”. Frustrações, lamentações, o choro não intimidam ID, a racionalidade é ao seu modo.
A vez do Ego. Pode ser o contraditório.  Na instância psíquica corresponde ao principio da realidade, equilibrista nas situações diversas. Trata-se de um controlador. Cumpre alguns desejos do ID, porém sem violações e sem ceder as demasias, pois afinal o Ego inexiste sem o ID.
Leva muito em conta o mundo externo, com isso o princípio da realidade que introduz a razão, o planejamento, a espera e calma, o comportamento humano pela racionalidade.
A vez do Superego. Na teoria psicológica a parte moral que representa os deveres, a racionalidade da sociedade. Suas regras sociais e morais nos ensinam a conviver em sociedade corretamente.
Tudo isso posto em forma da psicologia, colocado em meu subconsciente, as divergências, as controvérsias entre ID, Ego e Superego, para a satisfação daquela dúzia de leitores esqueço ID, prossigo escrevendo.







quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Com um voto se ganha...ou se perde uma eleição

Disputa eleitoral acirrada é conhecida propriamente por voto a voto. Faz sentido aquela afirmação de que todo voto faz diferença. Pode se tratar como força de expressão para ilustrar o quanto pode ser uma disputa eleitoral.
Roda de chimarrão. Um grupo de gaúchos reunidos, na verdade caseirenses, gentílico de quem nasce em Caseiros - município de um pouco mais de três mil habitantes -, lá para as bandas de Passo Fundo, saboreia o mate naquela manhã de domingo de eleição. Como não poderia ser diferente, a gauchada está proseando sobre o pleito local. Enquanto a cuia passa de mão em mão em certas ocasiões a prosa se torna uma charla. Em certo momento a conversa á toa deixa de ser monótona por uma decisão radical. Alguém na roda desperta a atenção quando de vereda afirma: - “Não irei votar. Com mais de 70 anos não tenho mais obrigação, além de que o meu macanudo candidato já venceu a corrida, então não vai nem precisar do meu voto”.
A conversa fica animada, vira discussão. Parte do grupo classifica o voto como dever do cidadão não importando a idade, claro, desde que ele tenha a condição saudável para votar. Outra parte tem a opinião de que o eleitor pode ter a atitude de não votar, o que a lei lhe faculta. Pareceres discutidos sem haver consenso.
Outro alguém do grupo se manifesta. Está amparado em muletas devido a fratura em uma das pernas. Diz que irá votar, embora com imensa dificuldade em se locomover. Afirma que nada está ganho e o seu candidato não pode perder seu voto.
Final de tarde, fim da eleição. Apuração. O candidato do eleitor da perna fraturada somou 1.246 sufrágios e se elegeu prefeito. O candidato do septuagenário somou 1.245, infelizmente como se nota perdeu por 1 voto. Seria o voto perdido do eleitor beneficiado pela lei eleitoral?
                                                                      *** ***
No município de Pescaria Brava, sul do litoral de catarinense, vizinho a cidade de Laguna, população de um pouco mais de 10 mil habitantes, o candidato Deyvison (PMDB) somou 2.751 votos (41%), Honorato (PSDB) 2.750 (40,99%), Marciano (PSD) 1.208 (18.01%). Deyvison como se observa elegeu-se prefeito por 1 voto e fez tudo para isso:- “Três eleitores acamados que não teriam condição de irem votar devido a doença, foram levados pelos filhos e votaram em nossa chapa”. Três doentes que devem ter decidido uma eleição.
                                                                      *** ***
No município de Cariús, no sul do Ceará, com uma população de mais de 18 mil habitantes, a apuração apresentou como resultado o empate em votos, fato que já ocorreu em outras eleições, mas que desta feita em 2016, foi o único.
A eleição por lá não foi decidida por um eleitor com mais de 70 anos que não compareceu para votar, ou aquele da perna fraturada que se esforçou em votar ou os três doentes votantes e por outros mais motivos. Em Cariús o que decidiu foi a certidão de nascimento. As urnas apresentaram como resultado empate: o candidato 

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Macho gaúcho: fincou o braço na mulher

Dia 20 de setembro. Para saber das festividades gaúchas removo o dial do rádio. De repente numa emissora desperta meus ouvidos atentos a execução de uma música gauchesca cuja letra é uma afronta as mulheres, uma alusão a violência:
“Rasguei a certidão de casamento / Finquei o braço na mulher / Foi um gritedo / Vesti uma elegante fatiota / Despachei duas amantes / E me mandei pro chinaredo/.
Programa ao vivo. De imediato em nome de uma organização de defesa dos direitos das mulheres, uma senhora reclama indignada, disse não se tratar de censura, mas um protesto pelo profundo mau gosto em executarem aquele tipo de música.
Mais do que nunca a lei Maria da Penha devia ser executada, ao menos investigar o autor desse atentado musical contra a mulher.




     

Estupro...a mulher é culpada?

Banco na praça. Ali sentadas estão duas senhoras, ambas sexagenárias, assim são idosas, talvez mais ofensivamente velhas, ou de forma mais amena “a melhor idade”, de maneira aliviante “a terceira idade”.
Eufrásia e Clotilde, assim chamadas as duas senhora, numa tarde de sol brilhante primaveril, estão protegidas pela sombra de um imponente e exuberante ipê, desabrochando flores de tom amarelo vivo, lindamente douradas.
Eufrásia e Clotilde, tranquilas desfrutam a natureza. Jogam conversa fora, normalmente falando de quem está doente ou de alguma novela da Globo.
A conversação num relance é interrompida.
Uma linda moça, também com a proteção do frondoso ipê, caminha com aquela manifestação alegre de um sorriso nos lábios. O andar com jeito malemolente, mexendo com os quadris, sem saracoteio exagerado, cheia de graça, passa em frente duas conversadeiras. Diz Eufrásia para Clotilde: - “Olha só, olha o vestido daquela moça. Que sem-vergonhice, saia curtinha”.
Clotilde concorda: - “É demais, é uma indecência. Reparou o decote, quase lá no umbigo. Depois reclama de que é estuprada”.
As duas mais uma vez concordam. Estão em comum acordo quanto ao fato trata-se de uma provocação com aquela vestimenta, sujeita e culpada por um possível estupro.
                                                                          *** ***
A jovem nada ouve e se ouvisse em nada influenciaria em seu comportamento.
Lulu é assim conhecida. Linda, exuberante, segue soberana, divina rainha.
Adiante encontra a amiga Lili. Lulu além da saia curta, do decote, usa blusa de um ombro só, que permite denotar a bela parte lateral, a perfeita proporção harmônica da região escapular.  Lili de supetão, surpreendida, logo depois dos famosos três beijinhos como cumprimentos:- “Que roupa ousada Lulu. Não tem medo de ser estuprada?”
Lulu fica indignada e  convincente solta o verbo como resposta:- “Eu quero liberdade total, até mesmo no meu jeito de vestir. Não vou me censurar, me apavorar, ficar tolhida em minhas vontades por causa de machismo, dos tarados”.
Lili, com roupagem bem discreta, sem mostrar seus belos atributos físicos, diz:
- “Queria ter sua coragem Lulu, mas tenho muito medo de ser estuprada”
                                                                         ***  ***
Pesquisa encomendada à Datafolha pelo Forum Brasileiro de Segurança Pública, apura  que um, em cada três brasileiros, acham que a mulher tem culpa pelo estupro, por provocação pelo uso de roupas ousadas.
Entre homens e mulheres um terço afirma que mulheres que usam roupas indecorosas é um desafio, tentação ao animalis macho. Essas mulheres provocativas não podem reclamar de uma possível violência, de uma estupração.
30% das pessoas entrevistadas possuem aquela opinião, sendo 42% dos homens e o mais incrível e desalentador 32% das mulheres, a maioria com mais de 60 anos, tipicamente de forma radical conservadoras, como Eufrásia e Clotilde.

                                                                          *** ***

A eleição que não houve...houve sim, vencida por 1 voto

Temporada de eleição municipal. Estimulado pela curiosidade busco conhecimentos relativos às outras eleições farroupilhenses. Na verdade muitas eleições que deveriam ter sido realizadas não aconteceram.
Tempo da revolução de 1930, ditadura de Getulio Vargas. O despotismo não permitia ao cidadão manifestar sua escolha pelo voto.
Em 1934, sobre pressão Vargas teve que aceitar que uma nova Constituição fosse promulgada.  
Na emancipação de Farroupilha (1934), ainda persistia o regime de exceção e sem eleição, o primeiro prefeito de Farroupilha não é escolhido pelo voto livre e universal de seus munícipes. Armando Antonello, primeiro prefeito, foi nomeado.
Em 1935, realizam-se as eleições. O então prefeito nomeado Armando Antonello se candidata e pelo voto dos farroupilhenses o primeiro prefeito eleito.
Esse período democrático durou pouco. Em 1937 o retorno do regime autoritário com a outorga da Constituição que instituiu o Estado Novo, liberdade e direitos extinguidos. Antonello legitimamente eleito, desapossado.
O poder arbitrário mais uma vez retirou o estado de direito, fim de eleições, o retorno ao sistema de nomeação dos governantes.
Em Farroupilha, exonerado Armando Antonello, nomeado para o cargo o capitão Eudoro Lucas de Oliveira. A sequência dos nomeados: tenente Januário Dutra; Nelson Thooy Schneider; Antonio Pedroso Pinto; Raul Cauduro; Alberto Farinon.
Em 1946, nova Constituição, estado pleno de direito, a independência dos poderes.
Eleições em Farroupilha, vencedor João Baumgartner que falece no exercício de seu mandato. Assume o vice Angelo Bartelle.
Ainda na democracia eleito em 1951 Dr. Jayme R, Rossler. Em 1955 Giacomo V. Luchese, que se exonerou do cargo, substituído pelo vice José Francischini. Em 1960 prefeito eleito João Grendene.
Eleição municipal de 1963. Para maiores informações nada encontro no TRE.
Há informações das eleições de 1959 e de 1968. Há um interregno entre aqueles anos. Eleições de 1963, nada constam.
 Na época, entre os 180 municípios do RS, somente cinco tem dados daquela eleição: Caxias do Sul, Casca, Irai, Marau e Tapejara.
Explicação existe quanto ao desleixo: a falta de preocupação com caráter público da informação isso porque os cartórios não guardavam a documentação.
A falta de das informações oficiais não era primazia do Rio Grande, aconteceu em todo o território nacional e por isso esse escamteamento havido – trata-se de outra explicação - acredita-se, por interferência do golpe militar de 1964 com a intenção dar sumiço as informações. Diante da ausência de dados oficiais se sabe que a eleição municipal de 1963 em Farroupilha ocorreu e valeu porque nos corredores do prédio da prefeitura está postada na galeria de ex-prefeitos a foto de Arno Busetti, como também na galeria da Câmara Municipal fotos dos vereadores eleitos.
                                                                 *** ***
Nessa eleição ocorreu um fato pitoresco de repercussão nacional narrado por envolvidos na ocasião. Arno Busetti, aberta as urnas, na primeira contagem, ganhou a eleição por 1 voto. O candidato Jose Francischini não aceitou o resultado, erro na contagem, alegou. Recontagem, Francischini venceu por 5 votos. Advogados de Busetti recorrem à Justiça eleitoral, alegando que as urnas depositadas no Clube do Comércio não tinham a segurança, vigilância policial necessária e por isso foram violadas e adulteradas e por isso modificação na recontagem. Recurso aceito, Arno Busetti prefeito.
   



Voto anulado não anula nada

Faço minha caminhada diária percorrendo ruas da cidade. O ideal, mais saudável, seria andar entre árvores, por alamedas. Exigir demais. Uma exigência não demais, seria que os logradouros tivessem calçadas sem aqueles buracos, frestas, vãos, verdadeiras armadilhas para uma queda, uma torção ou fratura do tornozelo.
Apesar dos percalços sigo a caminhada. Hi... quem encontro. Maroca.
Maroca como sempre elegante, em qualquer lugar. No mercado, na casa das amigas, na casa da comadre Etelvina (principalmente lá para que ela não faça qualquer comentário desairoso). Cabelos bem arrumados, com aquele irresistível charme do tom natural grisalho. O rosto com maquiagem de leve base. O vestuário simples, vestido gracioso de cores discretas. Sapato de salto baixo.
Assim passeia Maroca com sua inseparável bolsa para carregar não se sabe o quê.
É bom ressaltar que não se trata de apetrecho de “marca”, afinal Maroca é professora aposentada recebendo salário em atraso.
Lá vai ela cheia de estilo, posuda, pose com jeito de empáfia. Sempre foi assim na sua postura altiva, que fazia com que, quando lecionava, ao entrar na sala de aula, os alunos de pé a recebia e assim a reverenciava.
Cumprimento-a: “Como vai Maroca?” (ela não admite ser chamada de dona).
Antes de falar alguma coisa como resposta, dá para notar a fisionomia de jeito maroto, mistura de satisfação e malicia, o sorriso irônico.
Diga Maroca, digo eu: “Qual o motivo da satisfação”?
O semblante agora inspira maldade. Maroca solta o verbo.
- Estou sim muito satisfeita. O salafrário do Pôncio Pilatos de hoje, que condenou Dilma, o patife do Judas atual que traiu Dilma, o fariseu cabotino foi cassado. Vai ser deputado agora no quinto dos infernos. Sabe, por causa dele e tantos outros sem-vergonhas, imorais, devassos, não vou participar da canalhice política, da eleição. Vou protestar, já disse, vou anular meu voto.
- Maroca seguinte, preste atenção: anular seu voto não vai anular coisa alguma
- Por que não? Estou sabendo que se 51% dos votos forem nulos, a eleição é anulada.
- Não Maroca. Explico. Se mais da metade dos eleitores faça a opção pelo voto nulo, assim mesmo a eleição não poderá ser cancelada, será rigorosamente válida, isso porque os votos nulos são descartados na contagem final. Dessa forma ganhará o candidato que tiver o maior número de votos válidos. Então seu protesto nada vale.
Digo mais. Uma eleição só pode ser anulada mediante decisão da Justiça eleitoral tornando os votos nulos, por crime eleitoral.
- Entendi. Então vou votar em branco
- Não, não adianta Maroca, trata-se da mesma coisa, o mesmo ditame do voto nulo, ou seja, não terá nenhuma influência no resultado final da eleição. Tem mais, a abstenção também não anula coisa alguma.
- Voto de castidade, pode?
Bem, aí nada sei. Sabe Maroca, votos nulos e brancos podem proporcionar uma situação inusitada. Exemplo: numa eleição, no universo de 5 mil votos, descartando 4.990 votos nulos e brancos, o candidato que tiver mais votos entre os 10 válidos, será eleito.
Digo tchau à Maroca e ela ainda irritadíssima, cuspindo maribondos, diz:
- Nisso tudo, votos nulos, brancos, de castidade, tenho uma certeza: tem um patife que durante muitos anos não vai ganhar voto algum.


  




segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Cunha: Pilatos, Judas, fariseu. Voto de castidade vale

Faço minha caminhada diária percorrendo ruas da cidade. O ideal, mais saudável, seria andar entre árvores, por alamedas. Exigir demais. Uma exigência não demais, seria que os logradouros tivessem calçadas sem aqueles buracos, frestas, vãos, verdadeiras armadilhas para uma queda, uma torção ou fratura do tornozelo.
Apesar dos percalços sigo a caminhada. Hi... quem encontro. Maroca.
Maroca como sempre elegante, em qualquer lugar. No mercado, na casa das amigas, na casa da comadre Etelvina (principalmente lá para que ela não faça qualquer comentário desairoso). Cabelos bem arrumados, com aquele irresistível charme do tom natural grisalho. O rosto com maquiagem de leve base. O vestuário simples, vestido gracioso de cores discretas. Sapato de salto baixo.
Assim passeia Maroca com sua inseparável bolsa para carregar não se sabe o quê.
É bom ressaltar que não se trata de apetrecho de “marca”, afinal Maroca é professora aposentada recebendo salário em atraso.
Lá vai ela cheia de estilo, posuda, pose com jeito de empáfia. Sempre foi assim na sua postura altiva, que fazia com que, quando lecionava, ao entrar na sala de aula, os alunos de pé a recebia e assim a reverenciava.
Cumprimento-a: “Como vai Maroca?” (ela não admite ser chamada de dona).
Antes de falar alguma coisa como resposta, dá para notar a fisionomia de jeito maroto, mistura de satisfação e malicia, o sorriso irônico.
Diga Maroca, digo eu: “Qual o motivo da satisfação”?
O semblante agora inspira maldade. Maroca solta o verbo.
- Estou sim muito satisfeita. O salafrário do Pôncio Pilatos de hoje, que condenou Dilma, o patife do Judas atual que traiu Dilma, o fariseu cabotino foi cassado. Vai ser deputado agora no quinto dos infernos. Sabe, por causa dele e tantos outros sem-vergonhas, imorais, devassos, não vou participar da canalhice política, da eleição. Vou protestar, já disse, vou anular meu voto.
- Maroca seguinte, preste atenção: anular seu voto não vai anular coisa alguma
- Por que não? Estou sabendo que se 51% dos votos forem nulos, a eleição é anulada.
- Não Maroca. Explico. Se mais da metade dos eleitores faça a opção pelo voto nulo, assim mesmo a eleição não poderá ser cancelada, será rigorosamente válida, isso porque os votos nulos são descartados na contagem final. Dessa forma ganhará o candidato que tiver o maior número de votos válidos. Então seu protesto nada vale.
Digo mais. Uma eleição só pode ser anulada mediante decisão da Justiça eleitoral tornando os votos nulos, por crime eleitoral.
- Entendi. Então vou votar em branco
- Não, não adianta Maroca, trata-se da mesma coisa, o mesmo ditame do voto nulo, ou seja, não terá nenhuma influência no resultado final da eleição. Tem mais, a abstenção também não anula coisa alguma.
- Voto de castidade, pode?
Bem, aí nada sei. Sabe Maroca, votos nulos e brancos podem proporcionar uma situação inusitada. Exemplo: numa eleição, no universo de 5 mil votos, descartando 4.990 votos nulos e brancos, o candidato que tiver mais votos entre os 10 válidos, será eleito.
Digo tchau à Maroca e ela ainda irritadíssima, cuspindo maribondos, diz:
- Nisso tudo, votos nulos, brancos, de castidade, tenho uma certeza: tem um patife que durante muitos anos não vai ganhar voto algum.


  




terça-feira, 13 de setembro de 2016

Dilma despedida e Fátima separada: Maroca e Etelvina fofocam

O telefone toca. A campainha ecoa por todo ambiente de forma insistente. O som da sineta tem baixo volume, mais o efeito produzido no sentido da audição em ambiente de sossego, irrita, incomoda, perturba Maroca.
Maroca é quem deve atender. Não há alternativa. Tem que ser ela. Mora sozinha. Não faz o atendimento. Está entretida com o manuseio da agulha bordando crochê, contando cada ponto. Não dá para fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
Com sempre acontece, depois de soar meia dúzia de vezes o telefone desliga.
A pessoa que está no outro lado da linha insiste. Refaz a ligação. Segunda chamada. Maroca, refestelada no sofá com o seu crochê, a contragosto resolve atender a chamada. O aparelho é o convencional. Do tempo analógico.
Maroca tem que se deslocar. Faz esforço para se levantar do sofá. Uma, duas tentativas. Na terceira... opa, deu certo. Idade... talvez. Mas tem muito de indolência, de deixar a zona de conforto do sofá.
Maroca é sim idosa, porém ainda não expirou seu prazo de validade. Não gosta de ser chamada de velha, acha depreciativo. Muito menos dizer que está na melhor idade o que para ela é frescura. Enfim, atende o dito cujo telefonema.
- Alô. Aqui é Maroca
- Oi, aqui é Etelvina. Maroca franze a testa, olhar para cima, tipicamente de entediada. Etelvina inicia a conversa. Está sabendo o que houve?
- Sim, sei. Dilma foi execrada, despedida, destituída, cassada, impichada.
- Não, não é isso Maroca. O que quero dizer..
- Sei muito bem o que você quer dizer. Há muito tempo estou sabendo que você bandeou para os lados dos coxinhas. Andou até batendo panelas.
Itelvina fica indignada.
- Você parece petralha. Jamais faria isso, bater nas minhas ricas panelas Tramontina”
 Maroca retruca: Agora para você é tudo Michel. Você sabe o que significa em francês o nome Michel? Trata-se de um diminutivo, coisa pequena. O traíra, o golpista tornou-se presidente sem nenhum voto, enquanto 54 milhões foram anulados. Eu irei anular meu voto na urna para não ser anulado no Congresso.
- Desculpe Maroca, tem que haver respeito com o aquele que foi interino, provisório,  e agora é efetivo, definitivo, nosso presidente.
-  Às favas Etelvina. Pode ser teu, meu jamais.
Etelvina mais sensata muda de assunto.
- Maroca, desde o início da nossa conversa o que eu queria comentar é a separação de William e Fátima. Maroca surpreendida.
- Não acredito. Porque não falou logo? Sabe o motivo da separação?
Etelvina desconfia que a causa foi ciúme.
- Sabe Maroca, o William estava meio se fresqueando com a Maju. Você repara quando ele sai da bancada para falar com ela caminha sacolejando-se, alegre e satisfeito. Ela sempre elegante, deslumbrada, sem tempo a perder fala do tempo.
- Sabe querida Ete. Há ciumeira quanto a Renata, jornalista e recém-separada.  
- Maroca tem o outro lado. O William parece estar enciumado também. Naquele comercial em que parece Fátima e o chef Fogaça os dois se mostram alegres e felizes.
- Etevilna você tem a língua ferina. Eles estão assim, vai ver pelo cachê recebido.
- Maroca uma coisa é certa: o motivo da separação de Dilma e Michel, não há dúvida, foi o poder.

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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Olimpíadas: conhecem Kiribati, Djubuti, Micronésia

Na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos uma das mais marcantes é o desfile das delegações como sempre com muito entusiasmo e seus bonitos uniformes coloridos.
Nada foi diferente essa miscigenação, miscelânia, de povos, raças e cultura, acontecida no estádio do Maracanã.   
Participaram 207 delegações  (206 nações e o grupo de atletas refugiados). Tradicionalmente a Grécia, berço das Olimpíadas, é o país primeiro a desfilar. O último o país anfitrião, em 2016, Brasil.
Depois dos gregos, segue-se a ordem alfabética, prevalecendo o alfabeto da cidade
promotora do evento, no caso do Rio de Janeiro, obviamente o português.
Além da beleza da parada, descobrem-se curiosos nomes de países desconhecidos.
Sendo assim, a minha ignorância geográfica, para satisfazer a curiosidade e aumentar o conhecimento da ciência geográfica, a pesquisa se fez necessária.
Começamos pela letra A e encontramos país de denominação dupla: Antigua e Barbuda, formado por 37 ilhas no Caribe.
Na letra D nome estranho: Djubuti, pequeno país no nordeste africano.
Esses países de nomes estranhos, muitos são formados por dezenas de ilhas, grandes arquipélagos e por  isso mesmo tem o nome inicial de ilhas.
 Assim temos Ilhas Cook nome proveniente de seu descobrir James Cook, formadas por um arquipélago de 15 ilhas, situada na Oceania, na paradisíaca Polinésia.
Há as Ilhas Virgens, na verdade somente duas virgens, uma britânica, outra americana, vizinhas, localizadas no mar do Caribe. As americanas têm dependência dos Estados Unido e por essa razão Barack Obama é respeitado como presidente, as britânicas possessões da Grã-Bretanha.
Tem as Ilhas Salomão, no oeste do oceano Pacifico, lá pelas bandas da Austrália. As Ilhas Marshall também ficam também no Pacífico, oceano em que habita um país de nome estranho: Micronésia
Entre todas essas ilhas algumas conhecidíssimas dos brasileiros pelo dinheiro que para lá vai, grana da ladroagem, da corrupção e falcatruas: Ilhas Cayman.
Na Ásia Central, chama atenção, desperta a curiosidade nações que já pertenceram ao domínio da ex-União Soviética, que agora tem denominações que terminam com o sufixo “istão”, como Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão, Usbequistão Descobrimos que se trata de uma terminação de origem persa significando o “lugar de”, indicando o território, a etnia, o povo de onde se originam.
Tem países cuja designação iniciam-se homenageando santos. Dessa forma temos São Cristovão – Nevis, São Vicente e Granada e também uma nação homenageando uma santa: Santa Lúcia. Todos esses países localizados na deliciosa, turística e bela região caribenha.
Existe ainda São Tomé e Príncipe, estado também insular localizado no Golfo da Guiné, oceano Atlântico, na costa ocidental da África.
Outro estado, poderíamos dizer santificado: São Marinho (San Marino), situado na cordilheira apenina, ao longo da Itália.
Numa das competições de levantamento de peso surge um atleta que não levanta o peso desejado. Não se fez de rogado, após o fracasso. Dançou de um jeito exótico.
O atleta dançarino é do Kiribati, país-arquipélago bem longe no Oceano Pacífico, na região da Micronésia, outro país do Pacifico, famoso por ter sido no atol de Bikini testes nucleares americanos.


Olimpiadas: não foi a afastada, foi o provisório

Solenidade da abertura da Olimpíada. Uma incerteza. Qual seria o procedimento a ser adotado. Duas figuras republicanas como presidentes, conjuntamente juntas (a situação ridícula permite a redundância), poderiam reivindicar qualquer uma a ser indicada para ser fazer presente na tribuna de honra do Maracanã nas formalidades oficiais: seria a afastada, no caso a Dilma ou o provisório, por ventura, o Michel?
Questão de ordem. Qual seria a determinação. Algum artigo na Constituição ou item em suposto regimento interno (atualmente tão em voga), as duas coisas ou qualquer coisa, poderiam dirimir a dúvida. Convenhamos, conjuntura estapafúrdia, uma inusitada condição, algo sem igual, nunca antes ocorrida.
Enfim tudo resolvido de forma harmônica, simplesmente porque a afastada manifestou-se que não iria, abriu mão de sua presença.
Seria o medo da humilhação por aquele desgosto muito provável de ser recepcionada  com apupos indesejáveis, o som do escárnio público?  Quem sabe, talvez.
Não vai a afastada, então vai o provisório. O esperado ocorreu, não com a afastada, claro, que evitou o provável. O provisório quiçá, também por receio, não desejasse ser o incumbido da responsabilidade, mas protocolarmente algum representante presidencial deveria comparecer.
Aquilo que era muito verossímil ocorreu: o provisório foi humilhantemente vaiado.
Começo da solenidade. No espaço especialmente reservado para o rito cerimonial, situação acabrunhante.
Lá estava o provisório Michel, entre autoridades internacionais. Parecia um estranho no ambiente, pessoa constrangida, um sujeito com jeito cabisbaixo, alguém deslocado com ar cabuloso.
Parecia para aquelas autoridades que o país não estava ali representado.
Em cenário estupendo, a celebração aguardada e realizada, espetáculo artístico deslumbrante, a apresentação das delegações com o tradicional desfile.
O protocolo prossegue. O hasteamento da bandeira olímpica.
Na continuidade do cerimonial, o instante memorável, uma ordem, assim se pode compreender, para o início da Olimpíada.  
Nesse momento, em todas as Olimpíadas uma voz ecoa, de um rei, imperador ou, o presidente anfitrião. Ela espalha-se em propagação alta, com sonoridade estereofônica e então a autoridade governamental declara a abertura dos jogos.
No Rio de Janeiro, a solenidade coube ao presidente enjambrado, provisório.
Para nada a temer, Michel Temer, chegou ao local com forte aparato de segurança protegendo-o, buscando evitar um vexame mundial para bilhões de espectadores.
Não foi evitado, apesar de seu nome não ser anunciado.
De repente, em rapidíssima tomada de cena, mais ligeira que a corrida de Usain Bolt, (claro tudo combinado com o diretor de imagens da televisão) surge o interino, com a fisionomia carrancuda, de semblante sombrio e com voz embargada, acanhada, quase inaudível, rapidíssimo (bateu o recorde de Usain) pronunciou a frase “declaro aberto os jogos” e logo em seguida o som de uma música aumentado para abafar o desagradável momento aguardado: a vaia.
Mesmo assim, apesar da ligeireza as quatro palavras foram ouvidas e reconhecidas, palavras de Michel. A busca pelo anonimato não aconteceu e por consequência, como a platéia não tinha problemas com a surdes ouviu-se ensurdecedora vaia.
Apesar do desconforto ocorrido, da envergonhada manifestação pública, os jogos foram abertos.
Quem escapou desse desagradável momento, não comparecendo, foi a primeira dama, a bela, recatada e do lar.
                                                                  







domingo, 14 de agosto de 2016

Puro amor entre homens: André e Tolentino

Tem quem afirme que macho de verdade - aquele que quando quer mel mastiga a abelha - não assiste telenovela. Para o macho verdadeiro varonil, viril e másculo programa na televisão é ver futebol, e através desse tipo de entretenimento alardeia ridiculamente sua condição de machão.
Sou individuo de sexo masculino, portanto, macho. Gosto de assistir diversos programas na televisão e como animal macho, o futebol.
Minha masculinidade não é preconceituosa, não tenho nenhuma prevenção com as novelas, sou macho, mas não submisso a ideologia do machismo. Sim... assisto novelas. Na verdade, nem todas, uma que outra.
A Rede Globo tem uma imensa audiência, a maioria aficionada das telenovelas, senhoras todas “do lar”, algumas recatadas, muitas outras não tão belas.
Grande número das novelas trata de chatices repetitivas. Os argumentos são poucos inventivos, com histórias lentas, pouca ação, muitos e longos diálogos para o tempo passar, repletos de nhenhenhém, com tomadas de cenas dispensáveis e com falta de educação, com personagens falando com a boca cheia, nos momentos das refeições. Deveras, para assistir bizarrices e excentricidades, que acontece muito nas telenovelas das seis, sete e das nove horas não precisa nem ser macho.
Assisti parte de novelas no famigerado e citado horário. As sete horas assisti Além do Tempo, novela que retrocede ao final do século XIX, que se passa num lugar chamado Campo Belo e que teve como cenário os municípios de Garibaldi, Bento Gonçalves e Bom Jesus e justamente por isso o meu interesse a principio. Além disso, a história foi envolvente, com diferenças sociais, tudo ocorrido numa primeira fase. A novela foi baseada na espiritualidade e por isso tem uma segunda fase, passada na modernidade e nessa etapa começou a xaropada. Desisti.
Assim aconteceu com outra novela, essa das nove horas, Império. A primeira fase, passada ao início dos anos 80, tem como protagonista um jovem que pelo caminho da aventura e das peripécias  encontra a fortuna em minas de diamantes, fase interessante. O personagem, como milionário, na segunda fase, na vida atual, a chateza. Desisti.
Mas recentemente comecei a assistir o Velho Chico. Obrigação em assistir, pois se trata da dramaturgia de Benedito Ruy Barbosa, polêmico nas questões sociais e políticas. Em Velho Chico não é diferente. A primeira fase excelente pelo roteiro e a magistral interpretação Rodrigo Santoro. Na fase atual a embromação e enrolação. Desisti. Assisto no tempo todo as novelas e minisséries da Globo no horário, se diz das 11 horas, A mais recente Liberdade e Liberdade, histórica, a luta pela libertação do jugo imperial. Informa-se, pela opinião adiante, que não se interpreta a questão de sexo, a discussão do gênero, da identificação das pessoas.
Na novela há uma cena inédita na televisão, a filmagem de amor masculino, a relação sexual entre dois homens. Não se trata de algo sensacionalista, provocativo, de apelação. De sexo explicito. Trata-se de momentos de perfeição amorosa por sua delicadeza e suavidade, de um romantismo diferente. Momento solene da dramaturgia, libertário e emocionante. De amor, da afeição acentuada de uma pessoa para com outra, de homem para homem. Mais do que tudo, sentimento de carinho, de afeto, entre André e Tolentino.


sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Rio de Janeiro, cidade maravilhosa e olímpica

Rio de Janeiro, a cidade mais linda do mundo merecia ser também uma cidade olímpica. Cidade maravilhosa cheia de encantos mil, cidade coração do Brasil e porque não agora do mundo. Cidade que seduz, lugar de sonho e de luz, diz o hino.
Cidade do morro do Corcovado com o monumental Cristo Redentor, uma das sete novas maravilhas do mundo, com vista a uma espetacular paisagem. Do bondinho do Pão de Açúcar de onde o olhar desfruta inigualável panorama. Rio do imenso mar, coladinho a Floresta da Tijuca, a maior floresta urbana do mundo. Dos museus históricos documentando a cultura, expondo o conhecimento.
Cidade olímpica que deixará como legado a modernidade em transporte coletivo com mais linhas e estações no metrô e a ampliação do sistema BRT, afinado para maior rapidez na mobilidade urbana.
Faz parte ainda do legado a reestruturação do centro da cidade com a inauguração do VLT (veiculo leve sobre trilhos). A revitalização do cais do porto, a recuperação da decadente Praça Mauá modernizada com o Museu do Amanhã.
O Parque Olímpico da Barra da Tijuca com construções da vila olímpica e arenas, legado que devera ter uso, ser compartilhado, com atletas de alto rendimento e estudantes da rede publica municipal, além do restante da área que se transformará em imenso parque público.
Por tudo isso, por suas belezas naturais, pelo inclemento maior do turismo, pelo reconhecido legado, o Rio de Janeiro merece um Olimpíada.
O pensamento anacrônico do pessimista, o olhar retrogrado conservador, não aceitam  o maior da espetáculo em terra carioca. Ah...existe ainda raciocínio escalafobético e demagogo: “dinheiro que poderia ser empregado em hospitais e escolas. O dinheiro roubado pela escoria social, canalhice de políticos e empresários, envolvidos no Lava Jato também poderia ser solução para os problemas sociais.
                                                                 *** ***
Durante alguns anos trabalhei num prédio da avenida Rio Branco número 26, 13º andar, onde situava-se escritório do Centro de Navegação Transatlântico (CNT), entidade representativa - tipo de um sindicato patronal –  das empresas de navegação estrangeiras. O prédio ficava quase na esquina de dois principais logradouros do Rio, o encontro das avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, que começa no largo da Candelária lugar da monumental igreja de Nossa Senhora da Candelária, das portas de bronze, palco de casamentos elitistas, dos ricaços da sociedade, de celebridades do mundo artístico. Magnífico templo também para todas as classes sociais.
O meu local de trabalho ficava perto também das históricas praças Mauá e 15 de novembro. Ali pertinho da praça 15 fica  o museu Histórico Nacional, com um acervo de quase 300 mil peças.
Ainda, quase em frente ao prédio citado, na rua São Bento se localiza o centenário mosteiro de São Bento com toda sua magnificência, dos frades beneditinos.
Essa resenha retrospectiva demonstra que o Rio Janeiro olímpico e maravilhoso, não é somente o Cristo Redentor, Pão de Açúcar, Copacabana, e Maracanã
                                                                   *** ***
Leitora atenta me corrige. Judas na “delação premiada” recebeu 30 moedas de prata e não de ouro conforme foi escrito.
                                                                   *** ***
A informação, a notícia e até mesmo a opinião, para serem repercutidas, tem que estar nas páginas do “ O Farroupilha”, afinal é o jornal que sente a nossa cidade.